ATA DA NONAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
27-10-2005.
Aos vinte e sete dias do mês de outubro do ano de
dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Ibsen Pinheiro, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal,
Raul Carrion e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Defesa
do Consumidor e Direitos Humanos, o Pedido de Informações nº 266/05 (Processo
nº 6207/05); pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, o Pedido de
Informações nº 260/05 (Processo nº 6066/05); pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores, os Pedidos de Informações nos 264 e 265/05 (Processos
nos 6193 e 6200/05, respectivamente); pelo Vereador Aldacir Oliboni,
o Pedido de informações nº 267/05 (Processo nº 6215/05); pelo Vereador
Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providências nos 2446, 2486 e
2487/05 (Processos nos 6140, 6224 e 6225/05, respectivamente) e os
Pedidos de Informações nos 270 e 271/05 (Processos nos
6226 e 6228/05, respectivamente); pelo Vereador Carlos Todeschini, os Pedidos
de Providências nos 2445 e 2537/05 (Processos nos 6131 e
6306/05, respectivamente); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Pedido de Informações
nº 261/05 (Processo nº 6074/05); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de
Providências nº 2485/05 (Processo nº 6223/05); pelo Vereador Haroldo de Souza,
os Pedidos de Providências nos 2493, 2494, 2495, 2496, 2497, 2498,
2499, 2500, 2501, 2502, 2503, 2504, 2505, 2506, 2507, 2508, 2509, 2510, 2511,
2512, 2513, 2514, 2515, 2516 e 2517/05 (Processos nos 6255, 6256,
6257, 6258, 6259, 6260, 6261, 6262, 6263, 6264, 6265, 6266, 6267, 6268, 6269,
6270, 6171, 6272, 6273, 6274, 6275, 6276, 6277, 6278 e 6279/05,
respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos
2447, 2448, 2449, 2450, 2451, 2452, 2453, 2481, 2483, 2538, 2539, 2540, 2541,
2542, 2554, 2555, 2556 e 2557/05 (Processos nos 6142, 6143, 6144,
6145, 6146, 6147, 6148, 6201, 6212, 6315, 6316, 6317, 6318, 6319, 6333, 6334,
6335 e 6336/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 288/05
(Processo nº 6221/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Pedido de Providências
nº 2491/05 (Processo nº 6238/05) e a Indicação nº 073/05 (Processo nº 6237/05);
pela Vereadora Manuela d’Ávila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 294/05
(Processo nº 6347/05); pelo Vereador Mario Fraga, o Pedido de Providências nº
2474/05 (Processo nº 6189/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de
Providências nº 2518/05 (Processo nº 6280/05) e o Projeto de Lei do Legislativo
nº 284/05 (Processo nº 6052/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de
Informações nº 269/05 (Processo nº 6222/05). Também, foram apregoados os
Ofícios nos 373 e 374/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos
029 e 028/05 (Processos nos 6361 e 6360/05, respectivamente); as
Emendas nos 20 e 21, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e
Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, e a Subemenda nº 01, de autoria da
Vereadora Maristela Maffei, Líder da Bancada do PSB, à Emenda nº 12, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 010/05 (Processo nº 4356/05); e as Emendas nos
01, 02 e 03, de autoria do Vereador Raul Carrion, ao Projeto de Lei do Executivo
nº 026/05 (Processo nº 6101/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
10629129, 10629130 e 10629131/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Darvin Ribas, Presidente da Associação dos Técnicos Científicos
Aposentados do Município de Porto Alegre – ASTA, que discorreu sobre a política
salarial do funcionalismo municipal, defendendo o uso do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo – IPCA/Porto Alegre – nos cálculos de reajustes dos vencimentos
dos municipários, bem como a reposição de resíduos salariais relativos a exercícios
anteriores. Ainda, requereu a implementação da Lei Municipal nº 6.819/91, que
cria o Instituto de Assistência do Município. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores Cláudio Sebenelo, Mônica Leal, Manuela d’Ávila,
Carlos Comassetto, Professor Garcia, Bernardino Vendruscolo, Maristela Maffei,
Neuza Canabarro e Maurício Dziedricki manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e oito minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
vinte e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor
Presidente registrou a presença dos Senhores Aldo Leão Ferreira, Presidente do
Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul – IARGS, e Luiz Alfredo Schütz,
Defensor Público-Geral do Estado do Rio Grande do Sul, representando o
Governador do Estado, Senhor Germano Rigotto, convidando-os a integrarem a Mesa
dos trabalhos e informando que Suas Senhorias se encontram neste Legislativo
para homenagem ao Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, em face do
transcurso do septuagésimo nono aniversário dessa instituição. Ainda, como
extensão da Mesa, foi registrada a presença da Senhora Tatiana Martimiano do
Nascimento, representando o Secretário Estadual da Educação, Senhor José
Alberto Reus Fortunati. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a
palavra à Vereadora Mônica Leal que, em nome da Casa, saudou os visitantes,
lembrando a presença do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul nos
principais momentos da história brasileira recente, como nas mobilizações pela
anistia, por eleições diretas e pela convocação da Assembléia Nacional
Constituinte. Nesse sentido, avaliou a importância da atuação dos profissionais
ligados à área da advocacia, como instrumentos de garantia de direitos e
construção de melhor qualidade de vida. A seguir, o Senhor Presidente convidou
a Vereadora Mônica Leal para proceder à entrega do Diploma ao Senhor Aldo Leão
Ferreira, alusivo à presente solenidade, concedendo a palavra a Sua
Senhoria, que, em nome do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul,
agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo. Às quatorze horas e
cinqüenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a
existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson
cumprimentou o Senhor Aldo Leão Ferreira e os Advogados deste Legislativo,
pelos setenta e nove anos do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul.
Ainda, questionou a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra –
MST, criticando a invasão da empresa Standard Logística e Distribuição
Limitada, de
Esteio, promovida ontem por integrantes da organização Via Campesina, vinculada ao MST. A
Vereadora Maristela Maffei contestou o pronunciamento de hoje do Vereador
Ervino Besson, em Grande Expediente, relativo à invasão da empresa Standard
Logística e Distribuição Limitada por membros da Via Campesina. Também,
registrou a presença da comunidade do Bairro Lomba do Pinheiro, que solicita
obras de urbanização em área desse Bairro, destinada à instalação de
participantes do Programa de Arrendamento Residencial – Projeto PAR, do Governo
Federal. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson, dando continuidade ao seu
pronunciamento em Grande Expediente, acerca da invasão da empresa Standard Logística e
Distribuição Limitada, declarou que movimentos de cunho agressivo não colaboram, mas apenas
acarretam prejuízos à população. Ainda, comentou o referendo popular do dia
vinte e três de outubro do corrente, relativo à Lei Federal nº 10.826/03, e aludiu às
eleições presidenciais que ocorrerão no País em dois mil e seis. A Vereadora
Maristela Maffei comentou o quadro político e econômico brasileiro, frisando
que os parlamentares, como formadores de opinião, devem estar plenamente
conscientes de suas responsabilidades ao analisar e divulgar causas e
conseqüências dos principais problemas observados na sociedade contemporânea.
Nesse sentido, defendeu a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra e cobrou do Governo Federal maiores investimentos em projetos de Reforma
Agrária. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson contraditou o
pronunciamento hoje efetuado pela Vereadora Maristela Maffei, em Comunicações,
referente ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Igualmente, criticou
a gestão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República,
afirmando que esse político não cumpriu promessas feitas na campanha eleitoral,
principalmente quanto à Reforma Agrária, aos juros bancários e à geração de
empregos. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal referiu-se ao problema das
pichações em Porto Alegre, abordando a Lei Municipal nº 8.285/99, sobre a
comercialização de tinta spray. Ainda, chamou a atenção para os custos ao
Município com a restauração de monumentos e com a limpeza de construções urbanas,
anunciando que Sua Excelência apresentará proposta de criação de serviço similar
ao “Disque-Denúncia”, com a finalidade de combater esse problema. O Vereador
Maurício Dziedricki desaprovou condutas de manifestantes ligados à Via
Campesina, que invadiram ontem a distribuidora de produtos alimentícios
Standard Logística, localizada no Município de Esteio, salientando que o
ocorrido foi “um ato de covardia e bandalheira”. Sobre o assunto, contestou a
realização de manifestações dessa natureza, questionando a origem da
infra-estrutura e deslocamento disponibilizados aos manifestantes. O Vereador
Paulo Odone reportou-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 084/03, de autoria
do Vereador Raul Carrion, que assegura o pagamento de meia-entrada a jovens e
estudantes em espetáculos culturais, esportivos e de lazer, informando ter
apresentado Substitutivo para esse Projeto. Nesse contexto, noticiou a
realização, ontem, de encontro com representantes de entidades ligadas à área
da cultura, para discutir a viabilidade de implementação dessa matéria. O
Vereador Professor Garcia avaliou encontro realizado hoje com o Prefeito de
Porto Alegre, no Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre – SINDILOJAS,
no qual o Senhor José Fogaça enalteceu a importância de questões relacionadas
ao comércio informal no Centro, debateu a malha viária da Cidade e os transtornos
causados pelos terminais de ônibus na Avenida Senador Salgado Filho, além de
discutir o problema do tráfego de carroças em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei discutiu a questão das pichações no Município
de Porto Alegre e teceu considerações a respeito da fidelidade partidária no
Brasil, debatendo a sua transferência do Partido dos Trabalhadores para o
Partido Socialista Brasileiro. Também, destacou que o PSB é contrário à
terceirização das bilheterias da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.
– TRENSURB. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 3ª Sessão, esteve o
Projeto de Lei do Executivo nº 026/05, discutido pelos Vereadores Adeli Sell,
Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Sebastião Melo, Carlos Comassetto e João
Carlos Nedel. Na ocasião, foram apregoadas, em relação ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 030/05 (Processo nº 4120/05): a Emenda nº 06, de
autoria do Vereador Raul Carrion e da Vereadora Manuela d’Ávila, Líder da
Bancada do PCdoB, e a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Sebastião Melo,
Líder da Bancada do PMDB, à Emenda nº 06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Raul Carrion parabenizou os funcionários desta Casa pelo transcurso do Dia do
Funcionário Público, comemorado amanhã, e relatou sua participação, hoje, em
assembléia dos municipários, mencionando propostas aprovadas nessa reunião,
relativas aos interesses da categoria. Ainda, externou sua preocupação em
relação a possível terceirização das bilheterias da Empresa de Trens Urbanos de
Porto Alegre S.A. – TRENSURB. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 041/05, discutido pelo
Vereador Maurício Dziedricki, os Projetos de Lei do Legislativo nos
272, 282, 285 e 265/05, este discutido pelo Vereador Maurício Dziedricki, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 081/01, discutido pelo
Vereador Adeli Sell, o Projeto de Resolução nº 138/05; em 2ª Sessão, o
Substitutivo no 01 ao Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
015/00, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/05, discutido pelo Vereador
Carlos Comassetto e pela Vereadora Sofia Cavedon, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 187/04, discutido pelo Vereador Adeli Sell, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 260 e 277/05; o Projeto de
Resolução nº 132/05, discutido pelo Vereador Carlos Todeschini e pela Vereadora
Sofia Cavedon; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 283/05. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Gerson Almeida analisou reportagem publicada
no jornal Zero Hora de hoje, a qual avaliou os trezentos dias do atual Governo
Municipal, citando projetos iniciados na gestão anterior e concluídos neste
ano. Também, questionou prioridades orçamentárias estabelecidas no Projeto de
Lei do Executivo nº 026/05, que estima a receita e fixa a despesa do Município
para o exercício econômico-financeiro do ano de dois mil e seis. O Vereador
Luiz Braz registrou palestra proferida hoje pelo Senhor Geraldo Alckmin,
Governador de São Paulo, na Federação das Associações Empresariais do Rio
Grande do Sul – FEDERASUL, com o tema “Ética e Eficiência na Gestão Pública”.
Ainda, discorreu sobre o trabalho desse político à frente do Governo do Estado
de São Paulo, destacando ações na área tributária, da segurança e da saúde e
declarando ser ele um forte candidato ao cargo de Presidente da República nas
próximas eleições. A Vereadora Clênia Maranhão saudou a instalação, ontem, na
comunidade da Vila Bom Jesus, do Comitê de Governança Solidária daquela região.
Também, salientou a importância da participação dos cidadãos, junto com o
Governo Municipal, no processo de definição e busca de soluções aos problemas
da Cidade, como forma de viabilizar a efetivação de uma sociedade onde a
população conte com perspectivas reais de futuro e melhores condições de vida.
Às dezoito horas e quatorze minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães,
João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Adeli Sell,
como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Adeli Sell, Secretário “ad hoc”,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos
à
O Sr. Darvin Ribas, Presidente da Associação dos
Técnicos Científicos Aposentados do Município de Porto Alegre, a Asta, está com
a palavra para tratar de assunto relativo à política salarial dos Servidores
Municipais e à assistência de saúde, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. DARVIN RIBAS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, aqui
estamos para falar sobre o nosso dissídio; dissídio esse que, por enquanto,
apresenta só a questão salarial, enquanto que, para a nossa Associação, envolve
também um outro item que consideramos extremamente importante: a assistência à
saúde.
Vou me permitir, rapidamente, ler dois ofícios que
mandamos ao Governo, os dois dirigidos ao Engenheiro Clóvis Magalhães, que é o
Secretário de Gestão e Acompanhamento.
No primeiro ofício, com data de 26 de agosto,
dissemos o seguinte (Lê.): “Sr. Secretário, em resposta ao Ofício nº 451/05, de
10 de agosto de 2005, da Comissão designada pelo Sr. Prefeito para tratar do
assunto em foco, informamos que esta entidade, em assembléia geral ordinária em
23 do corrente mês, deliberou o que se segue: 1) acatar a adoção proposta pela
Comissão supracitada por texto legal do IPCA em substituição ao IGPM e,
conseqüentemente, face ao previsto no art. 37, inciso X, da Constituição
Federal, a correção de 8,07% - inflação no período de 1º de maio de 2004 a 30
de abril de 2005 -, com pagamento a contar de 1º de maio de 2005; 2) negociar o
parcelamento do resíduo devido, correspondente ao período imediatamente
anterior, tendo em vista a alegada restrição de caixa da PMPA; 3) insistir na
imediata constituição de comissão paritária para viabilizar a indispensável
implementação da Lei Municipal nº 6.819, que cria o IAMPA (Instituto de
Assistência do Município de Porto Alegre).”
Posteriormente,
no dia 20 de outubro, encaminhamos um segundo ofício dizendo o seguinte (Lê.):
“Sr. Secretário, em aditamento a nosso Ofício nº 03, de 26 de agosto, considerando
a argumentação expendida pelo Sr. Secretário Substituto da SMF, Zulmir Ivânio
Breda, em reunião havida na Câmara de Vereadores com entidades de servidores,
no dia 17 do corrente, vimos à presença de V. Sa. para comunicar o que segue:
1) em assembléia geral ordinária em 18 do mês em curso, esta entidade decidiu
retificar o item 1 do ofício supracitado, adotando o IPCA/Porto Alegre; 2) por
decorrência, o percentual de correção anual passou para 9,57%, em substituição
a 8,07%, correspondente ao IPCA nacional”.
Farei
um breve comentário sobre isso. A nossa Associação, por reunir idosos, pessoas
que já estão há mais tempo convivendo com o serviço público, e tendo em vista
as decisões do Supremo Tribunal Federal, em particular aquela que diz respeito ao
Recurso Extraordinário nº 9251238/9, do Rio Grande do Sul, que é o que tratava
da questão das duas Leis - nº 7.429 e nº 759... Em lendo o que aqui foi
decidido, está claro que, no entendimento do Supremo Tribunal Federal,
correções bimestrais não são consideradas constitucionais já que obrigaria a
realização de uma lei a cada dois meses, alegado o princípio da reserva legal;
ou seja, nada se altera em matéria de salário sem que o Prefeito tome
iniciativa.
Em
segundo lugar, há que se dizer o seguinte: no momento em que se aceita a tese
da correção anual, que está estabelecida no art. 37, inciso X da Constituição,
tem de se levar em conta que a seguir existe o inciso XV, que determina a
irredutibilidade dos salários. O que isso significa? Que não se pode adotar uma
correção anual sem se dizer qual é o índice de correção que se vai usar. É
preciso que citemos esse fato, porque o Projeto encaminhado pelo Governo a esta
Casa, Ofício nº 343 do Gabinete do Prefeito, PLE nº 023/05, não fala nada sobre
índices; e lá, ao fim da proposta, como é normal, o que diz? Que a referida lei
revoga as Leis nº 428 e nº 759. Com isso, o que acontece? Aprovado esse Projeto
nos termos em que se encontra, a partir do momento da sanção, não temos mais
índice de referência; conseqüentemente, lá adiante, em maio do ano que vem,
quem sabe, venham nos oferecer 0,1%, como fez o Governo Federal, ou 1%, como
fez o Estadual. Então, consideramos uma coisa: aceitamos a tese de que a
correção deve ser anual, mas não aceitamos que não esteja explicitado no
Projeto qual é o índice. Como foi alegada a questão de o índice não poder ser
externo, existe um índice de correção em Porto Alegre, que é o IPCA/Porto
Alegre - esse é o índice que tem de ser adotado, os demais são estranhos.
Por
último, nós gostaríamos de colocar uma questão com as quais as demais
associações não quiseram se envolver, mas nós a temos presente desde o momento
em que dirigimos o Sindicato; junto com meus companheiros de Diretoria
colocamos sempre essa questão. No rodapé do nosso papel timbrado diz o quê?
“Salário justo e saúde para todos os municipários”. Nós, em matéria de
assistência à saúde, somos indigentes! A nossa AFM recebe uma benesse mensal
sem nenhuma garantia. Existe a Lei nº 6.819, de abril de 1991, que cria uma autarquia,
mas ela nunca foi implementada. Estamos pedindo que haja respeito à lei, que
seja implementada essa autarquia, que seja instalada uma comissão paritária
para sugerir a regulamentação e que isso aconteça de fato. Não há como se
admitir que um empregador como a Prefeitura de Porto Alegre não ofereça uma
assistência para seus funcionários, com exceção da Procempa, que é uma empresa
pública que, para felicidade de seus empregados, fruto de um dissídio, adotou o
seguinte procedimento: todos os empregados da Procempa e seus dependentes têm
assistência à saúde paga pela empresa. Nós não estamos pedindo isso, estamos
pedindo que tanto o Governo como nós paguemos o mesmo percentual, à semelhança
do que acontece na esfera estadual, ou seja, como no IPERGS/Saúde, para que
cada um de nós contribua com uma proporção do seu salário - conseqüentemente,
quem mais ganha mais paga -, para que todos tenham a efetiva assistência à
saúde.
O
princípio básico que nós pregamos é o da solidariedade. E esse é o aspecto que
nós não podemos ignorar neste momento. Dissídio é discussão de condições de
trabalho; neste momento, é o que está se fazendo, passa por esta Casa. Nós
consideramos os senhores 36 Vereadores os mediadores, os interlocutores em
nosso nome para que o Governo corrija esse Projeto e determine o pedido que nós
estamos fazendo: de se fazer a implementação dessa autarquia.
Portanto,
o que cabia a nós dizermos de essencial é isto: nós pensamos de uma forma
diferenciada, não queremos que nosso pensamento seja melhor do que o pensamento
dos outros, mas entendemos que a realidade é a correção anual - nós
aceitamos, mas com a condição de que haja um índice de Porto Alegre a garantir
a correção anual. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Convidamos o
Engenheiro Darvin Ribas a fazer parte da Mesa. O Ver. Claudio Sebenelo está com
a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Dr. Darvin
Ribas, servidores do Município, é constrangedor ouvir de um municipário que, na
área da Saúde, os municipários são indigentes. Ora, a gestão pública da Saúde é
100% municipalizada, o Município é o responsável direto por 100% da assistência
médica na cidade de Porto Alegre, ele tem jurisdição sobre isso, e, além de
deixar seus funcionários sem uma assistência médica digna - e quero lhe
comunicar que eu tenho acompanhado essa situação -, é diminuído o salário dos
funcionários. Isso é punir os funcionários do Município, e mais, é uma punição
imerecida. Muitas vezes é preferível, na Justiça, inocentar um criminoso do que
punir o inocente. A gravidade da situação está no fato de que os municipários
estão sendo punidos inocentemente.
Por isso, o senhor tem à disposição, na proposta
feita hoje, a nossa firme disposição, não é só uma formalidade de microfone,
não é só um discurso, conte com o Ver. Luiz Braz e com este Vereador. Não só
estamos juntos, porque estar junto até é uma coisa muito boa: nós podemos agir
conjuntamente. Nós vamos agir especialmente nessa área da Saúde.
Além dessa questão da proposta feita da tribuna
pelo Dr. Darvin Ribas, eu quero levantar a importância, a necessidade, o
imprescindível de dar aos municipários, pelo menos, uma situação mais digna do que esta de esperar por uma prótese
por dois, três meses, estando com a perna quebrada; é como esperar por uma
série de materiais dentro de um hospital do Município, onde as pessoas não têm
a viabilização e, mais do que isso, o atendimento correto, com as condições
mínimas. Conte com o PSDB!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Ver. Claudio Sebenelo. A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Darvin, em nome da minha Bancada, constituída também pelos Vereadores João Antonio
Dib e João Carlos Nedel, recebo a sua proposta e prometo que vou entrar em
contato, intermediando essa questão da implementação da Lei Municipal nº 6.819,
que cria o IAMPA. O senhor pode contar com o nosso apoio. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A
Verª Manuela d’Ávila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr.
Presidente, Sr. Darvin Ribas, que tem estado conosco e com a nossa Bancada em
diversos momentos, primeiro quero falar que nós, da Bancada do PCdoB, tanto eu
quanto o Ver. Carrion, temos nos esforçado para estabelecer e restabelecer
algumas pontes com o Executivo Municipal que, no nosso entender, foram
quebradas quando do envio desse Projeto de Lei à Câmara, em certa medida, de
uma maneira arbitrária, uma vez que não existia um acordo. Também entendemos
que é necessário que exista um debate entre as duas partes, que ambas tenham a
disposição de ceder naquilo que seja possível ceder.
Agora,
nós também sabemos que, quando tratamos de trabalhadores que já estão
aposentados, essas perdas, muitas vezes, são maiores ainda, por isso queremos e
temos nos esforçado inclusive para, junto com o Fórum das Entidades, conhecer e
pensar em alternativas que possamos eventualmente ter para esse problema. Por
isso somos parceiros nesse debate, em função do reajuste salarial de vocês.
Achamos que os índices de reajuste têm que ser trabalhados de uma maneira séria
e não aleatória, sabemos da importância que isso tem, não para o ano de 2005,
não apenas reconhecendo as perdas que já passaram, mas também na continuidade e
na permanência de uma política salarial real aos trabalhadores do nosso
Município, aos que já trabalharam e aos que permanecem trabalhando na
construção da nossa Porto Alegre. Portanto, a nossa solidariedade à luta de
todos vocês.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Prezado Sr. Darvin Ribas, colega engenheiro, e todos os representantes da Asta,
eu queria dizer que o nosso Partido é solidário com o movimento dos
funcionários, tanto o dos Técnicos Científicos, como o de todas as outras
categorias que compõem hoje o funcionalismo público municipal na ativa e/ou
aposentados.
Sobre
a lei que está sendo analisada aqui Câmara, o nosso Partido tem uma posição
muito clara: o primeiro estágio a ser construído é o do relacionamento direto
do Executivo com os funcionários públicos para encontrar o ponto de equilíbrio.
É uma lei que veio para a Câmara, e falta equilíbrio; o ponto de equilíbrio
ainda não foi construído na negociação. Inclusive já sugerimos, por meio de
documento oficial à Presidência desta Câmara, que o Executivo retire o Projeto
de Lei da Câmara, para que possamos nos posicionar. Entendemos que todas as
conquistas têm de ser garantidas.
E
também temos posição clara sobre a outra lei que está tramitando na Câmara, que
é relacionada às FGs destinadas aos técnicos que são cedidos do Estado e da
União. Também isso tem de ser dialogado com o corpo técnico da Casa. Se é para
valorizar o corpo técnico, começamos pelo da Casa e, depois, podemos pensar nos
cedidos que vêm de outras esferas do Estado e da União.
Portanto,
recebam os cumprimentos do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado
Dr. Darvin Ribas, Presidente da Associação dos Técnicos Científicos Aposentados
do Município de Porto Alegre; ouvimos a sua fala quanto a acatarmos a proposta
do Executivo. Esses 2,42% que o Executivo coloca são referentes o IPCA de
janeiro a maio, e, em janeiro, mais 2,09%, para, em maio do próximo ano, ver o
que, na realidade, aconteceu. O importante é que, em todas as manifestações, o
Governo do Prefeito Fogaça tem assegurado que os municipários não terão nenhuma
perda durante o seu Governo. Faço questão de ressaltar que a problemática do
não-pagamento da bimestralidade, em nenhum momento, foi criada pelo Governo
Fogaça. O Governo quer negociar, tanto que já houve mais de 23 reuniões com o
Fórum de Entidades, inclusive foi feita uma negociação na semana passada, e
hoje está havendo uma assembléia.
Quanto
a essa questão do IAMPA, prometo-lhe - e V. Exª já encaminhou inclusive para o
Secretário de Gestão Clóvis Magalhães - que vamos examinar a questão, vamos
saber como está o seu andamento. Gostaríamos de fazer o registro de que o
Governo garante que, durante a sua gestão, os funcionários públicos municipais
não terão nenhuma perda salarial.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Engenheiro
Darvin Ribas, falo em nome da Bancada do PMDB, representando o nosso Líder,
Ver. Sebastião Melo, e os Vereadores Ibsen Pinheiro e Haroldo de Souza. Não
podemos dizer que vamos nos somar, mas nos preocupamos, já que semanalmente
estamos vendo aqui os senhores - representantes dos funcionários inativos -, e
os funcionários da ativa reivindicando. Na verdade, não sabemos o que fazer,
porque, de um lado, os senhores reivindicam e, de outro, o Executivo diz que
não tem condições. Agora, chamou-me a atenção quando o senhor propôs a criação
de uma comissão paritária, talvez fosse esse o caminho para que a gente pudesse
olhar a questão mais de perto.
Fica
aqui a nossa preocupação, a do PMDB, tanto com os aposentados como com aqueles
que estão na ativa. Infelizmente, temos que dizer que estamos preocupados, nós
não temos o poder de dizer que os senhores terão esse aumento, que receberão o
que foi reivindicado, mas queremos nos somar a essa luta. Eu acho que essa
comissão paritária, se for realmente formada, vai trazer mais subsídios para
que possamos melhor avaliar a questão.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: A
Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Prezado
Engenheiro Darvin Ribas, Presidente da Associação dos Técnicos Científicos
Aposentados, que também participa do Fórum de Entidades e que vem aqui hoje
discutir a questão da política salarial, preocupado com a questão do servidor.
Infelizmente, neste momento, está acontecendo uma assembléia, na qual há muito
tempo a entidade não tem representação, está sub judice, inclusive o seu presidente está preso por problemas
seriíssimos. E pessoas como o senhor e outras tantas que fazem parte do Fórum
de Entidades, que lutam por um objetivo comum, nem sempre são ouvidas como
deveriam, pois só assim poderiam ter toda a respeitabilidade do Executivo
Municipal de Porto Alegre. E mais grave ainda: o Executivo encaminhou um
Projeto para esta Casa em que esgota, termina com qualquer possibilidade de
haver a bimestralidade e também não apresentou nenhum índice para o reajuste
salarial, para que a categoria tivesse uma certa tranqüilidade, já que se
organiza há tanto tempo. Tudo foi uma conquista da categoria, tem-se que deixar
claro, a diferença está no método e na vontade política. Portanto, recebam o
respeito do Partido Socialista Brasileiro, quero dizer que estamos cerrando
fileiras junto com essa luta, que tem que ser soberana. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Verª Maristela Maffei. A Verª
Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Engenheiro Darvin Ribas, Presidente
da Associação dos Técnicos Científicos Aposentados do Município de Porto
Alegre; pela Bancada do PDT, composta também pelos Vereadores Mario Fraga,
Márcio Bins Ely, Ervino Besson, Dr. Goulart e Nereu D’Avila, quero dizer-lhe
que nós fazemos parte da base de apoio ao Governo Fogaça, mas com toda a
história que temos no Município de Porto Alegre, com o tratamento dado ao
funcionalismo, estamos batalhando para que se consiga a melhor alternativa
possível. Quero dizer que a Bancada está atenta, mas não podemos nos afastar
das propostas deste Governo.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito obrigado, Verª Neuza Canabarro. O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Saudação, Ver. Nedel; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores; em especial, Engenheiro Darvin Ribas, receba a
minha saudação, com quem tive oportunidade de conversar antes desta Sessão
Ordinária, registrando algumas das suas preocupações em relação à política
salarial de sua Entidade. E um dos dados que nós procuraremos resolver é
justamente essa omissão, ou essa falta de esclarecimento, com relação aos
índices. Tenho certeza de que o equívoco que o senhor mencionou, do Secretário
Substituto da nossa Pasta de Finanças Municipais, tem muito a contribuir, ele
tem uma conta - que é uma conta complexa -, e nós devemos ainda buscar uma
solução salomônica, porque é um problema que atinge diretamente tanto o Poder
Executivo, na questão da política salarial, como na questão do servidor,
principalmente os inativos, que sofrem com a falta de um esclarecimento maior.
Então
eu quero colocar à disposição a Bancada do PTB, composta pelo Ver. Elói
Guimarães, Ver. Brasinha e por este Vereador, para tentar equacionar esse
problema - eu acredito - de falta de esclarecimento, assumindo junto à
Associação quais serão os índices e de que forma os colocaremos na questão de
remuneração, na questão de tributação, na sua Entidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito
obrigado, Ver. Maurício Dziedricki. Esta Casa agradece a presença do Engenheiro
Darvin Ribas, Presidente da Associação dos Técnicos Científicos Aposentados do
Município de Porto Alegre. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h28min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 14h29min): Estão reabertos os trabalhos. Convido o
Ver. Adeli Sell para assumir como Secretário ad hoc e ler as proposições
encaminhadas à Mesa.
O
SR. SECRETÁRIO ad hoc (Adeli Sell): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Ver. Adeli Sell, que assumiu como Secretário ad hoc.
Neste
momento recebemos com muita alegria a visita de representantes do Instituto dos
Advogados do Rio Grande do Sul, pelo transcurso dos seus 79 anos de fundação.
Compõem a Mesa o Dr. Aldo Leão Ferreira, Presidente do Instituto dos Advogados
do Rio Grande do Sul, e o Dr. Luiz Alfredo Schütz, Defensor Público-Geral do
Estado, neste ato representando S. Exª o Governador do Estado do Rio Grande do
Sul, Dr. Germano Rigotto. Com muita alegria recebemos como extensão da Mesa a
Drª Tatiana Martimiano do Nascimento, representante do Secretário Estadual
de Educação José Fortunati.
A
Verª Mônica Leal está com a palavra para saudar nossos ilustres visitantes.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Dr. Aldo Leão Ferreira, Presidente do Instituto dos Advogados do
Brasil; Dr. Luiz Alfredo Schütz, Defensor Público-Geral do Estado, neste ato
representando S. Exª o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Germano
Rigotto; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, demais autoridades
presentes, representantes da imprensa, funcionários da Casa, Dra. Tatiana
Martimiano do Nascimento, representante do Secretário Estadual de Educação, Sr.
José Fortunati.
A
data de hoje, que assinala a passagem dos 79 anos de fundação do Instituto dos
Advogados do Rio Grande do Sul, deve nos proporcionar momentos de reflexão
sobre a importância crescente dos profissionais do Direito na sociedade atual.
O
relacionamento humano é dinâmico, está em constante evolução, renovação e
adaptação, criando situações, muitas vezes, inesperadas no convívio e na
interação entre Governos e população. Nesse contexto, a figura do advogado
adquire a condição de elemento indispensável ao correto encaminhamento das
diversas demandas de uma cidadania em busca de seus direitos e no cumprimento
de suas obrigações. Novos conceitos vão surgindo, e hoje, por exemplo, a
responsabilidade civil e o direito do consumidor adquirem crescente destaque,
na qual a figura do advogado se faz cada vez mais necessária.
O
Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, fundado em 26 de outubro de 1926,
que surgiu da vontade de um grupo de advogados liderados pelo Dr. Arnaldo da
Silva Ferreira, na época Procurador Seccional da República e advogado de
renome, vem cumprindo de maneira exemplar a tarefa de reunir e orientar os
profissionais do Direito, contribuindo de maneira eficaz para o seu
aperfeiçoamento.
Seus
fins estatutários - incentivar o estudo de questões jurídicas e sociais e a
difusão de conhecimentos a ela relativos; promover a defesa dos interesses da
Justiça e da classe dos advogados; zelar pela observância do Código de Ética
profissional do advogado; procurar pela valorização da profissão de advogado e
das demais atividades do Direito; colaborar com a Ordem dos Advogados do
Brasil, com os demais Institutos de Advogados e com outras entidades que
congreguem profissionais do Direito; cooperar com os Poderes Públicos no
aperfeiçoamento da ordem jurídica e social e das práticas
jurídico-administrativas - estão plenamente atingidos e consolidados.
Nessa estrada trilhada há
quase 80 anos, são contabilizadas jornadas memoráveis, como a campanha da
anistia, a instituição do divórcio, a luta pela Democracia, as Diretas Já, a
Constituinte, os plebiscitos e outras consultas populares. Faço uma referência
especial à participação feminina na Entidade.
Demorou um pouco, a meu ver -
foram 25 anos desde a fundação -, para que a primeira mulher advogada passasse
a integrar seus quadros. Foi ela Rosah Russomano, uma destacada profissional,
admitida em 12 de setembro de 1951. Um pioneirismo em tempos ainda de pouca
atividade feminina fora do lar, mas um prenúncio do que hoje vemos nas
faculdades de Direito, com as mulheres presentes quase na proporção de 50%, se
não mais, ombro a ombro nessa luta.
Grandes vultos da advocacia
gaúcha e juristas eminentes fizeram e fazem parte do Instituto, atestando a
excelência e a qualidade dos profissionais do Direito entre nós. Nomes como
Adroaldo Mesquita da Costa, Armando Pereira da Câmara, José Luiz de Almeida
Martins Costa, Ruy Cirne Lima, entre outros. Quem não ouviu falar desses
expoentes, que citamos com respeito e orgulho?
Tenho muitos advogados na
família, sou esposa e mãe de advogados, conheço bem a complexidade da
profissão. Acredito que o trabalho de um advogado competente tem o dom de
iluminar caminhos, desatar nós, conciliar interesses, assegurar direitos e,
principalmente, garantir que seja feita a justiça.
Ao Instituto dos Advogados do
Rio Grande do Sul, na sua data natalícia, ao seu Presidente, Dr. Aldo Leão
Ferreira, que tive o prazer de conhecer, e aos demais membros da Diretoria,
consigno minha admiração e faço votos para que prossigam nesse inestimável
trabalho de instrução, apoio e valorização dos profissionais do Direito.
Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Verª Mônica Leal. Convido V. Exª para fazer a entrega do Diploma.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Dr. Aldo Leão Ferreira, Presidente do
Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, está com a palavra.
Mas nós, no Instituto dos Advogados, não reunimos só
advogados; integram os nossos quadros magistrados, membros do Ministério
Público, enfim, lidadores do Direito. E, se existe a preocupação do Instituto
em aperfeiçoar o
conhecimento jurídico não só dos seus associados como das demais pessoas
interessadas em conhecerem argumentos jurídicos que possam defender os seus
direitos, nós também nos preocupamos com as prerrogativas do advogado, embora
isso seja também competência da nossa Ordem dos Advogados, que, aliás, nasceu
no Instituto dos Advogados, tanto que o Instituto, no passado, por ocasião da
sua fundação, chamava-se Instituto da Ordem dos Advogados do Rio Grande do Sul.
E a idéia da criação da Ordem surgiu no Instituto, que a levou ao Ministro
Oswaldo Aranha e aos demais gaúchos que se encontravam no poder, o que
facilitou a criação dessa entidade dos advogados brasileiros.
Mas
o Instituto, dizia eu, se preocupa também, o que é uma competência da Ordem,
com as prerrogativas do advogado, que, lamentavelmente, nos últimos tempos, não
têm sido observadas: têm-se invadido escritórios de advogados, têm-se cerceado
ao advogado o direito de conhecer processos em que os seus clientes são
interessados. Isso levou a Ordem e o próprio Instituto a reclamar, de modo
especial, das autoridades federais o cumprimento dessas prerrogativas. E parece
que tivemos sorte; pelo menos nos últimos tempos essas violações têm cessado.
O
Instituto também se preocupa com a legislação do Estado do Rio Grande do Sul
com relação à sua constitucionalidade. E agora tivemos notícias de que ontem o
Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, proclamou a inconstitucionalidade da
Lei Estadual sobre as serventias, tabelionatos e registros de imóveis. Então, é
uma colaboração do Instituto para o aperfeiçoamento da nossa legislação.
Quero
agradecer, em nome do Instituto, esta homenagem que hoje se nos presta pela
passagem do nosso 79º aniversário. Permita, Deus, que possamos continuar nesta
trajetória, visando ao aperfeiçoamento dos nossos conhecimentos jurídicos e da
comunidade gaúcha, auxiliando, inclusive, para que haja respeito à lei. Muito
obrigado a todos e, de modo especial, à Verª Mônica Leal. Grato. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Agradecemos a presença do Dr. Aldo Leão
Ferreira, Presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, e do Dr. Luiz
Alfredo Schütz, Defensor Público-Geral do Estado, neste ato representando S.
Exª o Governado do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Germano Rigotto.
Agradecemos também à Drª Tatiana Martimiano do Nascimento, representando o
Secretário Estadual de Educação.
O SR. ALDO LEÃO FERREIRA: Eu queria agradecer o Diploma recebido
desta Câmara de Vereadores.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Renovando os nossos agradecimentos,
interrompemos a Sessão para as despedidas.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h52min.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 14h55min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente que dirige os trabalhos
nesta Sessão de hoje, estimado Ver. João Carlos Nedel; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal
16, pela TVCâmara. Primeiramente, eu gostaria de, em nome da Bancada do PDT,
saudar o Dr. Aldo Leão Ferreira, Presidente do Instituto dos Advogados do Rio
Grande do Sul, entidade que presta um relevante trabalho, sem dúvida nenhuma, a
quem deixamos a nossa gratidão e o nosso reconhecimento. Temos aqui nesta Casa
diversos Vereadores que são advogados também, a quem prestamos a nossa
homenagem: Paulo Odone, Ibsen Pinheiro, Sebastião Melo, Márcio Bins Ely e Nereu
D’Avila; em nome deles, também quero saudar, de forma muito especial e
carinhosa, esse Instituto.
Meus
caros colegas Vereadores e Vereadoras, eu não sou advogado, mas entendo algumas
coisas em leis. Acho que, quando uma pessoa ameaça alguém, quando uma entidade
faz um tipo de ameaça, eles deveriam responder a um processo. É uma ameaça.
Como eu já disse, temos brilhantes advogados nesta Casa, e foram feitas
ameaças; foram amplamente publicadas nos jornais as invasões de terra, o “mês vermelho”, essa coisa toda que os
colegas conhecem. E as ameaças estão sendo concretizadas. Meus caros colegas
Vereadores e pessoas que nos assistem pelo Canal 16, no momento em que essas
ameaças acontecem, o caos é mais grave ainda. Vejam, V. Exas, ontem à noite,
praticamente quase meia-noite, uma empresa foi invadida. A ameaça foi feita, e
uma empresa foi invadida por 1.053 ditos pequenos - pelo menos uma parte -
produtores.
Em princípio, eu não acredito que sejam pequenos e
médios produtores, que são pessoas humildes - e é uma área que conheço -,
porque não são preparados com esse intuito, com o objetivo de invadir e
destruir propriedades, são pessoas simples e pobres. Sabemos muito bem que a
destruição e as invasões não são feitas por pessoas. Ontem essa empresa teve um
prejuízo, além da destruição, de cinco milhões de reais por dia. Isso nos
entristece, sem dúvida nenhuma. Uma empresa que está aí, contribuindo com seus
tributos, seus impostos, gerando trabalho, e acontece uma invasão de 1.053
manifestantes.
Agora uma pergunta que eu deixo no ar: onde eles
obtiveram recursos para se deslocar de um local a outro, com vários ônibus? E
escolheram uma hora - às 23 horas, quase meia-noite - para invadir uma empresa,
destruir e saquear, da forma
como aconteceu.
O
que ainda mais entristece é ler a matéria do jornal Zero Hora e saber que um
Parlamentar foi ao local e, ao invés de tentar resolver o impasse, degustou um
picolé juntamente com os invasores. O que nós vamos esperar do futuro com esse
tipo de organização e de reivindicação, que invade e destrói uma empresa? Mais
adiante, o jornal Zero Hora coloca que as pessoas falam de uma forma como se
não existisse lei neste País. Cada um faz o que bem entende, pelo menos os
organizadores dessas invasões procedem dessa forma.
Estimado
colega Ver. João Antonio Dib, posteriormente, quando eles foram flagrados pela
gloriosa Brigada Militar, um dos organizadores do protesto, que se identificou
apenas como Lecian, reclamou, dizendo-se vítima de humilhação.
O
jornal Zero Hora noticiou ainda que as ameaças vão continuar, que vão invadir
outras propriedades e outros órgãos públicos. Isso não é uma ameaça? Eu entendo
que essas pessoas, meu caro Presidente, deveriam responder a um processo. Essa
Organização Via Campesina está ligada ao MST.
Verª
Maristela Maffei, V. Exª me olha com esse ar de tristeza, pois, em razão da sua
luta e pelo fato de sermos oriundos do Interior, sabemos o quanto é difícil.
Parte da minha família é composta ainda de pequenos e médios produtores e não
está preparada para esse tipo de barbárie que ocorreu. Eles ameaçam e cumprem.
Estão aí cumprindo as ameaças e vão continuar fazendo essa barbárie que está
acontecendo: invadindo propriedades. Será que as pessoas não sabem que nós
estamos num País em que a pessoa tem o direito à propriedade? Que nós temos uma
Constituição que é clara, que diz que a pessoa tem o direito à propriedade? Que
as pessoas têm que respeitar a propriedade dos outros? Não há outra forma de
reivindicar? Se o preço do leite está baixo, por que outras empresas têm que
pagar? A exemplo da Kibon e de outras empresas que foram saqueadas, destruíram
e colocaram fora o material.
Este,
eu sempre digo, é o tipo de pronunciamento que eu jamais gostaria de fazer
nesta tribuna. É uma área que eu conheço, eu sou oriundo dessa área, passei por
muitas dificuldades, mas nunca me passou pela cabeça unir-me a um grupo de
pessoas para perambular pela rua e invadir propriedades, destruindo e
praticando essa barbárie que acontece aqui no nosso País. Isso é muito sério!
Vocês
que nos acompanham das galerias, que estão me ouvindo com muita atenção, eu
quero saudá-los, agradecer a vocês e dizer que esse tipo de atitude nos atinge,
a nós e a vocês também. Isso não traz nada, esse tipo de destruição não traz
nada, e nós vamos pagar por isso. Infelizmente, minha gente, eu sou obrigado a
dizer que nós vamos pagar um preço muito caro por isso. Obrigado, Sr.
Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Ver. Ervino Besson. A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
comunidade da nossa querida Lomba do Pinheiro que está aqui presente hoje, lá
da comunidade Recreio da Divisa. Desde já quero agradecer a compreensão e o
carinho do Ver. Haroldo de Souza, que nos cede este tempo para que possamos
dialogar sobre um problema gravíssimo, um dos que estão acontecendo na nossa
comunidade, que é, com certeza, uma das regiões mais lindas da cidade de Porto
Alegre, o nosso bairro Lomba
do Pinheiro.
Mas
não poderia deixar de me referir ao Ver. Ervino Besson, que me antecedeu. Eu
tenho um respeito imenso pelo ex-Presidente Jango, porque acho que, do Partido
do trabalhismo, na época, foi uma das pessoas que mais elaboraram, mais
trabalharam em relação à Reforma Agrária. E digo mais: ele sempre respeitou os
movimentos; aquele grande Presidente compreendia que, sem organização e sem
distribuição da terra e da riqueza, jamais poderíamos ter um desenvolvimento
neste País. Ele sabia que o latifúndio, aqueles que assaltaram as terras neste
País...ele tinha consciência disso, Ver. Dr. Goulart! Como foi a ocupação dos
latifúndios neste País? Saquearam o nosso País, desse jeito é que foi feito!
Formaram instituições que protegiam a iniciativa privada e o latifúndio.
O
que é o latifúndio? São aqueles que pegam a terra, concentram a riqueza, e o
povo morre de fome. Vem me dizer aqui que milhões de brasileiros não têm onde
morar fruto de preguiça? Que não gostam de trabalhar? Tenho certeza - e não
coloquei até hoje o meu voto aqui sobre o Sim ou o Não - de que os
latifundiários estiveram à frente de grande parte da campanha pelo Não, para
terem armas para matar aqueles que querem lutar pelo desenvolvimento deste
País.
A
Verª Manuela d'Ávila: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigada, Verª Maristela.
Queria colocar que a mim também me espanta profundamente ouvir que eles estavam
ali para invadir a empresa por qualquer motivo. Eles estavam lutando pela
revalorização do preço do litro de leite, que foi à metade no último
período. E digo mais: envergonha-me que o Governador do Estado do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto, apenas os tenha recebido após a invasão. Não topou
negociar, não topou representar os pequenos, Ver. Ervino, esses que constroem o
nosso Estado de sol a sol. Obrigada, Verª Maristela.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu
fiz essa introdução para lembrar a história deste povo que está aqui na
galeria, este povo e muitas outras famílias. É difícil de se deslocar, mas a
gente vai juntando uma moeda aqui, uma moeda ali, e a gente consegue, o povo de
lá se desloca até aqui, e, se tivesse de vir a pé, eles viriam também.
Nós
ocupamos, há muitos anos, aquela área da Guerino, porque não pagava seus
impostos, não tinha comprometimento nenhum. Ocupamos aquela área porque nós
tínhamos uma política muito forte - e ainda temos - de concentração de renda,
que não permite que as pessoas tenham um lugar digno para morar.
Registro
aqui a presença do Sr. Raul Sérgio dos Santos, Presidente da Associação do
Recreio da Divisa, e também a presença da comunidade.
Essa
área do Recreio da Divisa, na Parada 15 da Lomba do Pinheiro, foi adquirida
pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre; foi garantido, por meio da luta da
comunidade, que lá essa população permanecesse. Após foi adquirida, pela
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, por meio do DEMHAB, mais uma área chamada
de “Anexo”, onde colocariam as pessoas oriundas das áreas de risco de Porto
Alegre e, em primeiro lugar, manteriam a comunidade, pois muitos ainda moram em
área de risco.
O
que estou dizendo com isso? Essas pessoas se organizaram, foram ao Orçamento
Participativo, fizeram a topografia da parte do Recreio da Divisa.
Conquistaram, através da sua luta e organização, a urbanização do Recreio da
Divisa. No Anexo ficaram 28 famílias do arroio Cavalhada, onde está o Big
Cristal. De lá essas famílias foram recolocadas em casas provisórias, e foi
prometida a essa comunidade toda a infra-estrutura.
O Sr.Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Ver. Ervino Besson, V. Exª me desculpe,
V. Exª tem a Liderança depois para se valer dela. Eu, agora, tenho que cumprir
com a comunidade o que estabeleci. Peço desculpas a V. Exª, pois, com certeza,
vamos dialogar daqui a pouco.
Das
28 famílias, 12 foram sorteadas e assinaram contrato no valor de 10 mil reais,
sendo que 6 mil reais seriam usados em material de construção, através do
Projeto PAR, do Governo Federal. Os contratos já foram assinados, e essas
famílias estão lá sem a pensão do Governo, totalmente à margem. O esgoto
correndo na rua, as casas caindo aos pedaços, o dinheiro do Governo Federal já
está depositado, e o DEMHAB só vai lá para enrolar a nossa comunidade. Esteve
lá um assessor do DEMHAB, Ver. Todeschini e Verª Neuza Canabarro, nesse final
de semana, e ele disse que não tinha notícia certa ainda para dar, não sabia
quando é que iam começar as obras, e a comunidade está sendo enrolada.
Nós
tivemos muita dificuldade, Ver. Haroldo. Eu quero dizer publicamente, na frente
da minha comunidade, que foi o senhor quem me cedeu este espaço. Então, eu acho
que o Vereador merece uma forte salva de palmas de todos vocês. (Palmas.) Ao
nosso melhor locutor esportivo do Rio Grande do Sul!
A
nossa comunidade está vivendo esse drama. Nós sabemos que a política de
habitação sempre foi um fardo muito pesado, mas, quando estávamos no Governo,
nós conquistamos aquela terra, foi adquirida a área por luta dessa comunidade,
e agora a comunidade está abandonada, está à margem! Nós queremos uma resposta
do Governo! A comunidade que está aqui quer saber quando vai começar a obra.
Mais
uma denúncia que eu quero fazer aqui, Ver. Haroldo: a comunidade da Lomba do
Pinheiro, por ser a maioria oriunda do interior do Estado, veio para cá e se
qualificou muito com a mão-de-obra da construção civil, e nós passamos para o
Governo várias entidades que se organizaram através de cooperativas para lá
mesmo gerar renda, para eles mesmos fazerem e fiscalizarem. O que aconteceu? O
Governo não levou em consideração, contratou uma empresa que não era da região.
Com isso, a nossa comunidade sofre por estar abandonada, só não está mais
abandonada, porque são guerreiros; na Lomba do Pinheiro é assim: tudo que se
tem lá foi conquistado com luta, independente do Governo. O Governo que tem
vontade política é um Governo que canaliza as lutas! Ele escuta a população.
Mais
um detalhe gravíssimo: o Presidente da Associação de Moradores e a secretária
que estava coordenando a reunião foram praticamente tolhidos pelo Assessor do
DEMHAB, que quase desconstituiu a reunião colocando a comunidade contra a
Associação de Moradores, dizendo que o assunto não poderia ser encaminhado
daquela forma, pois a comunidade disse que iria se manifestar e fechar a rua.
Nenhum Governo, seja de qual Partido for, vai calar a boca da organização
popular! Porque a população tem a sua autonomia! Por isso ela se qualifica! Por
isso ela conquista! E isso dói na alma. O Prefeito Fogaça foi eleito
legitimamente, nós reconhecemos isso; agora, não pode a base de seu Governo,
não pode um assessor ir lá na comunidade e querer desconstituir, querer enrolar
a comunidade, como aconteceu no sábado no Recreio da Divisa.
Nós
queremos a paz, Ver. Ervino Besson! Nós queremos paz, sim! Não existe na
história do mundo um país que tenha se desenvolvido sem a Reforma Agrária!
Diga-se de passagem, a Reforma Agrária mais sanguinária do mundo deu-se,
exatamente, nos Estados Unidos da América! Se não fosse o MST, se não fossem as
comunidades como a do Recreio da Divisa, que é organizada, há muito nós já
teríamos uma convulsão social! Tem que se diferenciar uma revolução de uma
convulsão. Numa democracia, o Governo não tenta calar, não tenta substituir,
tem de haver o diálogo, porque a democracia, Ver. Haroldo, é o ato mais difícil
que existe, tem de ter a capacidade de ouvir o outro, independentemente do status.
O
pobre paga imposto tanto quanto o rico, nós não queremos nada de graça, essa
comunidade quer pagar pelo lugar onde está morando e vai pagar para a
Prefeitura Municipal, que já adquiriu essa área. E no Anexo nós temos essas
pessoas... Eu gostaria que tirássemos uma comissão daqui, através da CUTHAB,
para irmos lá conhecer a realidade dessa comunidade, que está com os filhos no
colo, cansada de tanto sofrer. Nós queremos, sim, conquistar um direito
adquirido. Se estamos pobres, é porque fomos empobrecidos; se ocupamos um
espaço, é porque não tínhamos onde morar.
E,
quanto a esse tipo de ocupação, eu não quero apenas falar, eu quero sempre
estar na frente, junto àquelas pessoas que lutam pela democracia neste País.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado o Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Elói Guimarães.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu quero agradecer ao Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães,
por ter-me concedido o seu tempo, com a anuência do Líder do PTB, Maurício
Dziedricki. Ele fará uso, daqui a pouco, do tempo do Ver. Nereu D’Avila.
Primeiramente,
quero saudar a comunidade da Lomba do Pinheiro, onde a gente tem também um
trabalho. É uma comunidade extremamente leal, uma comunidade que, quando a
visitamos, nos recebe de uma forma muito cordial e fraterna. Fica aqui o meu
abraço para essa comunidade.
Eu
quero dizer para a Verª Maristela Maffei que eu nunca neguei aparte à
Vereadora. Em dez minutos, ela não me concedeu aparte, mas nem por isso vou
guardar mágoas.
Será
que um movimento organizado, um movimento que tem uma organização fraterna no
sentido de reivindicar o que é de direito escolhe uma hora tão inoportuna, meu
caro Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, Ver. Maurício? Escolhe o horário
das 23 horas para invadir uma empresa e é um movimento pacífico? Ou há outras
coisas por trás disso? Que tipo de organização é essa?
Agora,
se há um Partido que pode usar esta tribuna com moral, com história é o Partido
Democrático Trabalhista, porque o PDT... Leonel de Moura Brizola - esse, sim,
nós temos de bater no peito - fez uma verdadeira Reforma Agrária, organizada,
transparente e valorizando, sim, aquele segmento que tem respeito e valoriza
aquilo que ganha, mas também aquilo que recebe de outros segmentos. Está
acontecendo esse tipo de movimento no dia de hoje? É uma pergunta que eu deixo
aqui no ar aos colegas Vereadores e Vereadoras e às pessoas que nos assistem
pelo Canal 16 da TVCâmara. Nós vamos resolver o problema deste País com
invasões, com badernas, com depredações? Não é o caminho, minha gente! Será que
essas pessoas não se deram conta de que, em relação a tudo o que está
acontecendo neste País, há alguns interesses obscuros por trás? Isso é uma
Reforma Agrária pacífica? É um movimento pacífico? Destruindo, invadindo?
Para
encerrar, meu caro Presidente, meus nobres colegas Vereadores e Vereadoras,
quero dizer - já disse no meu penúltimo pronunciamento nesta tribuna e vou
repetir na mesma linha no dia de hoje - que o primeiro passo foi dado no
domingo passado, dia 23, no dia em que o povo saiu das suas residências e foi
às urnas escolher o Sim ou o Não: a voz do povo é a voz de Deus! Então, o
primeiro passo foi dado para retomarmos as rédeas deste País, o povo está esperando
isso, principalmente os nossos jovens. E o primeiro desafio foi dado no dia 23
nas urnas. E o segundo vai ser no ano que vem, quando teremos eleições; embora
todas as eleições sejam importantes, eu acho que, para nós, principalmente para
esta nossa geração aqui, a do ano que vem vai ser uma das eleições mais
importantes!
Porque
nós temos que retomar as rédeas deste País, por uma outra caminhada, meu caro
Presidente, e não por esta caminhada que está acontecendo no dia de hoje. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra em Comunicações.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, fico arrepiada quando ouço algumas vozes,
pois há histórias que nós já conhecemos. Quando o Parlamento começa a ter
manifestações com determinado teor, eu sinto um horror, porque nós já vivemos
algumas histórias. Estava lembrando há poucos dias aqui na tribuna que, quando
nós víamos uma fumacinha preta - preta é cor, negro é raça, só para ser
politicamente correto -, o Papa havia sido escolhido, não a figura do Papa, não
a pessoa do Papa, mas a ideologia que ele segue. A partir da eleição de Bush,
ele que é o “máscara” principalmente das indústrias bélicas, que é um
sanguinário do mundo, um dos maiores destruidores que o mundo já teve, eu já
vinha me assustando bastante.
Nós,
no ano passado, tivemos cerca de seiscentos adolescentes no País envolvidos com
homicídio, e oito mil jovens foram assassinados. Quando eu começo a ouvir
determinados segmentos da sociedade falar: “Vamos recolocar” ou “Agora o País
vai ser colocado em cheque, ainda bem que determinadas frentes partidárias vão
levar trinta anos para se recuperar”, quando a gente ouve esse tipo de fala,
esse diálogo, começamos a nos assustar. Quando a gente ouve dizer que a maioria
dos pobres deste País são os que criam a miséria e que eles são o caos, nós
também temos que nos preocupar, porque, com a onda de eleições desse tipo de
gente, nós sabemos que os direitos humanos e o olhar da democracia começam a
“ir para o saco”. E aí as pessoas que são ligadas ao conceito do trabalhismo e
que têm um viés seja no marrom, no verde, no azul, no socialismo vêm para esta
tribuna e começam a falar sobre a Reforma Agrária, sobre as ocupações. Eu posso
ter votado no Não, mas jamais votaria no Não ou no Sim no sentido de querer
exterminar o outro lado, porque não há democracia que se possa azeitar com a
postura de querer destruir o outro lado: “Agora, nós vamos botar a rédea no
lugar, agora nós vamos desconstituir”.
Ora,
senhoras e senhores: TFP - Tradição, Família e Propriedade -, nós já ouvimos
esse segmento. Agora ver pobres, como eu, ter uma posição de que esse viés da
sociedade é o grande malfeitor, isso me dá arrepio, porque nós sabemos como a
sociedade brasileira foi formada. Nós sabemos na mão de quem está o poder. E há
pessoas que desconhecem que estar no Governo não é Poder - claro, a gente
compreende, há pessoas que tem algumas limitações mesmo -, mas nós, aqui,
trocamos opiniões, somos formadores de opinião. Então, quando vimos ao
microfone, podemos divergir. Nós vivemos na democracia, nós lutamos por isso.
Eu
tenho orgulho, Ver. Besson, de ter estado na ocupação da Fazenda Anoni em 1985,
na co-organização do MST, à frente daquela luta. Tenho orgulho de ver lá, hoje,
a produção que o sem-terra - hoje, com terra - está fazendo. E melhor: o que
mais me orgulha é que a organização do sem-terra quando conquista não fica
apenas na sua individualidade, ela luta para que todos tenham terra, porque
terra, pão, leite e mel são para todos. Por isso, eu não acredito, eu brigo
muito com o Governo Federal, porque milhões e milhões do nosso dinheiro ainda
são destinados para o pagamento da dívida externa, acho lamentável isso também.
Agora,
digo afirmativamente que não existe nenhum movimento no mundo mais organizado
que o MST. E eu fico muito feliz de ser uma defensora desse segmento, porque é
um dos segmentos que mais têm responsabilidade com a economia interna do nosso
País e com a soberania da Nação.
Por
isso, fiz questão, Ver. Zé Valdir - sempre Vereador -, de vir no período de
Comunicações dizer que, quando temos lado, sempre o seguimos; os instrumentos
nós podemos mudar um dia por não estarmos felizes dentro dele, mas temos de ter
a capacidade ideológica de, quando se está num Partido, quando se tem uma
ideologia, quando se usa uma ferramenta, não nos iludirmos com discursos fáceis
que, às vezes, ouvimos perto de nós, porque a vida é real; e é no real que a gente
vê. E, se não houver Reforma Agrária neste País, nós vamos ver muito mais
coisas tristes.
Eu
espero que o meu Governo, Governo Federal, que o Presidente Lula cumpra com o
que ele disse durante a campanha: de fazer o investimento na Reforma Agrária, porque
o Movimento está acima de qualquer Partido, e nós temos de ser aliados das
coisas boas deste País. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu quero agradecer
fraternalmente a minha Bancada, a do PDT, por me ceder o tempo de Liderança, já
que hoje era a vez da minha querida Verª Neuza Canabarro.
Verª
Maristela Maffei, “MST, um movimento organizado”? Um movimento que invade
propriedade, que destrói patrimônio de fazendeiro que produz dando riqueza para
este País é um movimento organizado? O País acreditou numa proposta; o País
elegeu o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma grande votação, acreditou
na sua proposta, só que as promessas de campanha - Reforma Agrária, juros
baixos, milhões de empregos - não se concretizaram. Foram somente promessas e
mais promessas! O nosso ilustre Presidente da República não cumpriu com as suas
promessas.
A
própria Verª Maristela Maffei, que foi uma das fundadoras do PT, Partido dos
Trabalhadores....as promessas foram tantas, meu caro Presidente, que nem ela
conseguiu permanecer no Partido dos Trabalhadores. A Verª Maristela se envergonhou,
saiu do Partido. Partido que prometeu que iria resolver o problema deste País.
Resolveu? Nada fez. A Verª Maristela Maffei abandonou o Partido que ela ajudou
a fundar. Ela abandonou por uma causa? Claro que não! Ela tinha as suas razões,
e eram muito fortes.
É
uma vergonha o que está acontecendo neste País! Todos os dias é uma notícia
diferente. E o PT está envolvido em todas elas!
Caros
colegas Vereadores, pessoas que nos acompanham pelo Canal 16, vocês estão
acompanhando o caso do crime do Prefeito Celso Daniel ocorrido num Município de
São Paulo? O que está por trás disso? Quantas pessoas ligadas ao caso já foram
assassinadas? Assistiram aos noticiários ontem, leram os jornais? Quem é que
está envolvido nisso? Uma pessoa que trabalha - não sei se ainda continua
trabalhando - no gabinete do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente deste
País! Isso está nos noticiários. Eu estou inventando alguma coisa? Dizendo
alguma coisa sem nexo? Não, é verdade! Todos podem acompanhar os noticiários.
Portanto,
Verª Maristela Maffei, muitas promessas foram feitas, e o povo acreditou nessas
promessas do Luiz Inácio Lula da Silva. Só que as promessas só ficaram nas
promessas. Na realidade, nada está acontecendo. “Não, o Presidente vai fazer!
Muitas das promessas serão cumpridas.” Mas falta um ano e pouco para terminar o
mandato do Presidente! Quando é que ele vai cumprir aquilo que prometeu? E o
povo foi maciçamente às urnas e deu o seu voto confiando na mudança deste País,
só que a mudança pendeu para um caminho extremamente espinhoso.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, e mais uma vez agradeço fraternalmente à minha
querida colega Verª Neuza Canabarro por ter-me concedido seu Tempo de Liderança
no dia de hoje.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni):
A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, funcionários desta
Casa, imprensa; vergonhosas, Ver. Ervino e Verª Maristela, na minha opinião,
são as pichações que assolam a cidade de Porto Alegre, a Capital dos gaúchos.
Isso sim é vergonha! E não é de agora, é de muito tempo atrás. O que eu não
consigo entender é que são pichações muito bem feitas, elas me parecem
demoradas para fazer, mas a pessoa não é pega. Eu não consigo entender o que
acontece nesta Cidade que ninguém é denunciado! Isso sim é vergonha! Esse sim é
um problema grave que enfrentamos. Como já disse, ele não é recente e vem
tomando um vulto preocupante.
E
a situação já foi alvo de muitas discussões na Casa do Povo de Porto Alegre,
inclusive determinando a criação da Lei Municipal nº 8.285, de 25 de março de
1999. Ali ficou estabelecido que, no Município de Porto Alegre, somente poderão
comercializar tintas com spray as empresas cadastradas na SMIC. As
vendas devem ficar registradas em talonário especial em três vias, constando a
razão social da empresa, endereço, número de registro no cadastro geral do
contribuinte e no Ministério da Fazenda, nome e endereço legíveis do comprador,
seu Registro Geral, CPF e a quantidade do produto adquirido. As empresas devem
enviar à SMIC a terceira via do talonário do mês anterior até o quinto dias
útil da cada mês.
Agora,
eu quero perguntar aos senhores, que me escutam: quem cumpre essa lei? Eu não
tenho conhecimento do cumprimento dessa lei, porque, se fosse verdade, a Cidade
não estaria esse horror, com essa pintura deplorável a que nós assistimos. Quem
fiscaliza a sua aplicação? Alguma empresa já foi penalizada por descumprimento?
Eu não tenho nenhuma notícia de que essa lei esteja sendo cumprida ou que
exista uma fiscalização.
Há
uma grita geral da população revoltada com os danos causados aos bens
públicos e privados pela ação dos desordeiros. Não há quem escape. Nós vemos
prédios comerciais e residenciais pichados, inclusive o segundo andar - vejam
bem -, quando não mais alto, como viadutos. Eu já cheguei a pensar que, para
pichar um prédio no segundo, terceiro andar, o cara tem que super-homem,
homem-aranha, homem-espaço. Eu não consigo entender como é que isso acontece em
Porto Alegre. São janelas, persianas, monumentos, obras de arte, postes,
abrigos de ônibus e até pedras de calçamento, não escapa nada. A Cidade,
senhores, está desfigurada, com ar de sujeira e desordem, parece uma Cidade sem
lei. Parece, não, é uma cidade sem lei! Porque está tudo pichado.
Eu queria também registrar aqui que, andando pela
Cidade - não preciso nem ir muito longe -, no meu caminho da Câmara para casa,
não escapa nenhum muro, nenhuma casa, nenhum prédio sem pichação. Conversei com
algumas pessoas. Um proprietário pinta um muro, as paredes, e, no outro dia,
surpreendentemente, tudo aquilo é pichado de novo, gerando custos redobrados,
além de uma frustração enorme e um aborrecimento.
O
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, o jurista Paulo Brossard de
Souza Pinto, tem sido porta-voz da indignação dos cidadãos porto-alegrenses.
Ele compareceu a esta Casa - eu e outros Vereadores estivemos presentes - e
relatou o passeio que fez pelos diversos parques e monumentos públicos, constatando
a depredação. Suas palavras ficaram marcadas na minha memória: “É muito triste
constatar que, hoje, grande parte dos monumentos não existe mais. Esses atos
são extremamente preocupantes, são gestos graves que matam parte da nossa
história e demonstram o pouco apreço pelas coisas públicas. Um pouco de polícia
não faz mal a ninguém, mas sou o primeiro a reconhecer que não é fácil manter
esse policiamento.” São opiniões como essa, de respeito, que devem ser levadas
em conta.
Além
das pichações, há a colagem indiscriminada de cartazes por toda a parte, e o
custo de tudo isso é muito alto para a Prefeitura. Saibam, senhores, que a hora
de trabalho de um funcionário do DMLU é de 6,48 reais. O orçamento para a
realização do serviço de limpeza urbana para este ano é de 9 milhões e 791
reais. Vamos ficar de braços cruzados, assistindo a tudo isso? É um problema de
educação, é um problema de punição. E também nós sentimos que há ausência de
fiscalização.
No último dia 24, quero informar aos senhores, eu solicitei à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal a realização de reunião destinada a tratar da poluição visual em Porto Alegre causada pelas pichações. Será no dia 22 de novembro, às 14 horas. Serão convidados a participar os Secretários Municipais Beto Moesch, do Meio Ambiente; Kevin Krieger, dos Direitos Humanos e Segurança Urbana; Idenir Cecchin, de Indústria e Comércio; Cezar Busatto, da Coordenação Política e Governança Local; Marilu Medeiros, da Educação; Mauro Zacher, da Juventude, e Garipô Selistre, da Limpeza Urbana. Nessa reunião, eu vou sugerir a criação de uma linha Disque Pichação, através da qual a população poderá colaborar com as autoridades, indicando onde o problema está ocorrendo. Talvez, assim, a gente consiga identificar os vândalos, porque eu estou muito preocupada com a situação, embora exista algum empenho das autoridades para resolver o problema na nossa Porto Alegre, que está suja e muito feia. E não adianta ficarmos esperando que venha do além alguma solução. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo.
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste através da TVCâmara e nas galerias desta
Casa, eu venho à tribuna para registrar um pouco da minha indignação.
Indignação por aquilo que foi mostrado pelo dito protesto da Via Campesina. O
Ver. Besson, que me antecedeu, também o fez, e a Verª Maristela Maffei
registrou, cada qual com o seu ponto de vista. Eu, particularmente, atento a
esse caso, não o vejo como um simples protesto, mas como um ato de covardia, de
bandalheira, de baderna pura. O Ver. Besson registrou aqui que esses que se
dizem pequenos agricultores, esses que fazem parte do Movimento dos Sem-Terra,
buscaram a sede da Distribuidora de Alimentos Standard, às 23 horas, para protestar.
Com quem? Para mostrar-se a quem? Trata-se de uma ofensa pública àquela
Distribuidora, ao patrimônio, e estima-se uma perda de cinco milhões de reais.
Eu fico indignado e registro isso, porque me
interessa muito saber quem é que patrocina essa baderna. Quem é que patrocina
os ônibus, os caminhões, a reunião coletiva daqueles que nada têm a fazer,
senão arrombar pavilhões, roubar alimentos, destruir o patrimônio alheio. Eu
busco informações, porque já há um anúncio velado de que a Via Campesina
protestará também aqui na Capital, invadindo órgãos públicos - já anunciado. E
quem garante que no amanhã, na segunda-feira, ou até mesmo neste final de
semana, às 23 horas, não teremos aqui os agricultores sem-terra, pequenos
produtores agrícolas querendo adentrar à força no nosso plenário? Esse registro
deve ser feito, e um chamamento especial àqueles que têm respeito pela
democracia: nós não podemos permitir atos como esse, atos covardes, agredindo
aquelas pessoas que realmente têm muito a construir, principalmente em relação
à economia de nosso Estado.
Eu busquei - porque a Verª Maffei registrou - sobre
o Ministério da Reforma Agrária. Eu tenho aqui três dados relacionados
imediatamente com a Capital, com Porto Alegre. Há um Projeto que define
obrigações, delega competências e repassa recursos para execução de projeto de
crédito fundiário, são 630 mil reais. Desses 630 mil reais, nenhum real foi
liberado para um projeto em Porto Alegre. Há um outro Projeto para a nossa
Capital que trata da pesquisa Dinâmica Populacional e a Sucessão da Agricultura
Familiar no Vale do Taquari, operado aqui pela Federação dos Trabalhadores na
Agricultura, pela Fetag, são 76 mil reais liberados. A mesma Fetag, que, de
acordo com o jornal Zero Hora, coloca que o motivo da invasão da Via Campesina
nessas distribuidoras de alimentos se deu pelo preço do leite. Mas o preço do
leite está diretamente relacionado, de acordo com a mesma Fetag, que ganhou
dinheiro do Ministério da Reforma Agrária, com a política financeira do Governo
Lula, com a política financeira do Ministro Palocci, que reduziu pela metade o
valor do litro do leite. Eu pergunto a V. Exas: como admitiremos uma
política dessa forma, agredindo o patrimônio privado, agredindo a construção de
empresas, agredindo o povo gaúcho?
Quero terminar registrando que o excelentíssimo Sr.
Deputado Estadual Dionilso Marcon, Presidente da Comissão de Direitos Humanos
da Assembléia Legislativa, se encontrava lá como negociador, tomando picolé,
picolé esse furtado dessa Distribuidora. E foram furtados queijos, leite, leite
condensado, inúmeros produtos lá na doca 16, vilipendiada por esses agressores,
produtos que acabaram colocados ao chão, sem mesmo pensar, Verª Neuza
Canabarro, nas pessoas que tanto carecem de alimentos. Esses movimentos em nada
são organizados, ou, se são organizados, se são reforçadamente organizados com
conduta e estrutura hierárquica, devem ser, mais do que nunca, apurados como
criminalidade organizada. E há pauta no Governo Federal para que aprovemos,
cada vez mais, a decência para o nosso povo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo
Odone está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero
retomar um tema. Ontem à tarde tivemos um encontro com alguns setores ligados à
juventude, ligados à cultura, ao teatro e ao cinema em Porto Alegre, para
avançarmos com o Projeto que tramita na Casa de autoria inicial da Verª Manuela
e do Ver. Raul Carrion, que, depois, foi contemplado com um Substitutivo nosso.
Tivemos reuniões, por iniciativa do Ver. Adeli Sell, da Comissão de Educação da
Casa, no sentido de estabelecermos a meia-entrada aos jovens em Porto Alegre.
Evidentemente, assim como temos a perfeita dimensão de que há leis que
pegam e leis que não pegam, trabalhamos e continuamos a trabalhar no sentido de
termos um consenso com as categorias, principalmente com as mais sofridas, com
o teatro, com os produtores, os trabalhadores, os técnicos em teatro e também
com os exibidores de cinema. Tenho certeza de que a pretensão - seja a da Verª
Manuela, seja a nossa - não é de inviabilizar bons espetáculos de teatro, shows
ou de boas salas de exibição de cinema em Porto Alegre. Ao contrário, ontem,
perante o Secretário de Cultura de Porto Alegre, Dr. Sérgio Gonzaga, pudemos
conversar e dar mais um passo adiante.
Acho, Sr. Presidente, que vamos levar a bom termo,
dependendo de algumas respostas nesta semana, a um bom acordo com os cinemas,
que já aceitam a meia-entrada, para que aceitem o estabelecimento da
meia-entrada de segunda à quinta-feira em todas as sessões, inclusive as da
noite, que é a grande queixa dos estudantes hoje. A sessão que eles podem
assistir é à noite, e, nesse período, não há nenhum benefício. E hoje terão o
benefício, a partir dessa lei. E, para que não fique sem nada nas sessões do
final de semana, nas sextas, sábados e domingos, haverá um desconto de 10% a
20%; provavelmente iniciaremos com 10%. Já é uma vitória garantirmos a
meia-entrada durante os dias de semana e desconto nos fins de semana, isso sem
termos aumento do ingresso em função dessa conquista.
A mesma coisa estamos tratando em relação ao teatro,
porque o teatro tem que ter algumas limitações. Os espetáculos de teatro que
tiverem uma ou duas apresentações não podem ter meia-entrada, senão nós
inviabilizamos, e Porto Alegre sai do circuito cultural nacional ou
internacional. Mas os espetáculos de teatro que tenham pelo menos três
apresentações, eles entendem que pode haver uma apresentação com a
meia-entrada, até permitindo, com isso, que seja motivacional, no sentido da
inclusão cultural dessa geração de jovens abaixo dos 21 anos. Então também aí
encaminhamos nesse sentido: havendo três apresentações, pelo menos numa delas,
de segunda à quinta, teremos a meia-entrada para os jovens.
E restaram as casas de espetáculos culturais de
música e shows, que é a parte mais delicada. Para terem idéia, há coisas
que a gente tem que cuidar na lei, por exemplo - temos de conversar, a Verª
Manuela e eu -, não incluir 50% em couvert artístico de um bar ou de uma
casa que tenha uma apresentação ou um show de música à noite. Embora
seja atividade de lazer, mas também cultural, aqui não se pode inviabilizar.
Então, eu queria informar que não abandonamos o
Projeto - a Verª Manuela tem nos procurado -, nós avançamos, acho que na semana
que vem teremos condições de conversar, Verª Manuela. E aí, talvez, no seio da
Comissão de Educação da
Casa, teremos condições de compor uma versão definitiva para que Porto Alegre
não precise ter o atrito inicial e conquiste o avanço dos jovens com a meia-entrada
nesses ingressos.
A
Srª Manuela d'Ávila: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Paulo Odone. Eu
queria, primeiro, agradecer a V. Exª o esforço que está realmente fazendo, não
só no sentido de manter as conversas, mas também de envolver outros Vereadores
nisso, uma vez que a nossa preocupação não é a paternidade, mas a construção
real desse direito.
Gostaria
de dizer também que temos outras idéias, acho que os debates que fizemos
problematizaram essa questão, temos outras propostas para fazer, as quais
gostaríamos também de debater, para construirmos juntos uma versão final desse
Projeto tão importante para a nossa juventude.
O
SR. PAULO ODONE:
Certamente. Podemos fazer isso coletivamente, não tenho propriedade sobre o
Projeto, a autoria inicial e o mérito são da Verª Manuela, e nós estamos
construindo, tentando ajudar.
O
Prefeito Fogaça diz que, não inviabilizando os espetáculos em Porto Alegre,
ele, com alegria, sanciona o Projeto e dá esse avanço à juventude da nossa
Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje de manhã
participamos do café, no Sindilojas, com o Prefeito Fogaça. Estavam presentes o
Ver. Raul Carrion, o Ver. Adeli Sell e este Vereador. E o Prefeito José Fogaça,
de forma clara e franca, colocou aos lojistas algumas situações que o
preocupam, situações que preocupam principalmente a cidade de Porto Alegre. Eu
vou me referir a três tópicos que são presentes e eu tenho certeza de que
somos, todos os 36 Vereadores, abordados quase que diariamente sobre essas
temáticas.
O
primeiro tópico é relativo à questão dos vendedores ambulantes no Centro de
Porto Alegre. O Prefeito Fogaça, de forma clara, colocou que quer conversar com
todos os segmentos da sociedade, quer conversar com os vendedores ambulantes,
conversar com os lojistas, conversar com a sociedade, ele quer esgotar esse assunto.
Disse que não deseja tomar nenhuma atitude de forma radical, mas quer oferecer
aos vendedores ambulantes algumas opções para que eles possam atuar num outro
local. De forma clara, já que este é um assunto sobre o qual a população de
Porto Alegre se debruça, dizendo que há necessidade de limpar o Centro da
Cidade, o Prefeito diz que quer, sim, conversar e ver de que forma isso pode
ser feito.
À
medida que essa discussão evoluir - e esse é um detalhe importante -, virá aqui
para esta Casa um Projeto de Lei proibindo a atuação dos vendedores ambulantes
no Centro da Cidade. Então, acho que é importante, desde agora, começarmos a
falar dessa temática, porque, em breve, nós, Vereadores, teremos de nos
posicionar com relação a esse assunto. É importante isso, porque, na realidade,
entendemos que o Governo Fogaça quer encarar essa situação, que há muitos anos
a população entende como nociva, mas, ao mesmo tempo, entende-se a questão
social e procura-se, então, uma saída.
Um
outro tema que também foi discutido hoje de manhã pelo Sr. Prefeito é a questão
dos ônibus, o projeto viário da Cidade. Em pauta estava a questão específica da
Av. Senador Salgado Filho, a questão do estudo da viabilidade da diminuição
concreta do número de ônibus naquela avenida. Também se discutiu sobre o número
excessivo de ônibus da Grande Porto Alegre que vem para o Centro da Cidade.
Ora, também está sendo discutida uma forma para que esses ônibus que chegam ao
Centro sejam em número menor.
O
Sr. Raul Carrion: V. Exª
permite um aparte?
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Por
gentileza, Ver. Raul Carrion, que esteve hoje no café da manhã.
O Sr. Raul Carrion: Em primeiro lugar,
Ver. Professor Garcia, é uma satisfação fazer-lhe um aparte. Eu estive lá com
V. Exª e com o Ver. Adeli Sell durante a conversa que ocorreu com o Sr.
Prefeito, falei com o Secretário Clóvis Magalhães propondo uma reunião da
CUTHAB, para que o Governo traga à Comissão - quem sabe, a gente possa fazer
uma reunião juntamente com as outras Comissões - esse Projeto, que parece já
estar mais ou menos delineado, em acabamento, com todas essas iniciativas. Nós
temos feito diversas discussões sobre a questão da revitalização do Centro,
sobre a questão do Cais do Porto, sobre a questão do trabalho informal, e eu
acho que chegou a hora de a Prefeitura trazer, oficialmente, a sua proposta, já
que hoje não foi possível expô-la na sua totalidade.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu entendo que isso é salutar, mas, como
V. Exª percebeu, o Prefeito entende que, para essa proposta chegar aqui na Casa,
ela tem de ser mais discutida com todos os segmentos. Eu entendo como oportuno
que a CUTHAB - Comissão que V. Exª preside - e outras Comissões queiram
discutir esse tema, trazendo subsídios para o Executivo, para que, quando esse
Projeto chegar à Casa, ele possa vir com alguns alinhamentos na parte
conclusiva.
O Sr. Raul Carrion: A idéia é que, antes de o Projeto do Sr.
Prefeito chegar a esta Casa, a gente tenha um diálogo quanto às linhas gerais
desse Projeto, no sentido de contribuir para que venha um Projeto construído em
conjunto. Muito obrigado.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Obrigado.
Também
foi objeto de pauta - e é um assunto que diz respeito à sua Comissão, Ver. Raul
Carrion - a questão das carroças em Porto Alegre, que também é um assunto bastante
discutido. O Prefeito colocou a sua preocupação, a preocupação da Cidade em
relação a isso, e, por enquanto, a fiscalização, em Porto Alegre, estará
atuando em dois eixos: primeiro, evitando que crianças dirijam carroças, ou
seja, a preocupação é no sentido de evitar o trabalho infantil; segundo,
cuidando dos animais maltratados. Hoje o Município está cuidando de mais de
duzentos cavalos lá na Zona Sul, com veterinário, com alimento. Ao mesmo tempo,
o Município quer discutir a questão da proibição do tráfego de carroças no
Centro de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, o Ver. João Antonio Dib disse, e eu sei
que ele o fez de uma forma carinhosa: “De novo!” De novo, Vereador. A gente tem
de ocupar os espaços que são nossos para dizer àquelas pessoas que confiam no
voto da gente por que nós estamos aqui.
Há
três temas colocados aqui que me chamaram a atenção. Primeiro, eu gostaria de
me somar a uma parte da fala da Verª Mônica Leal sobre a questão das pichações
na Cidade. De fato é um problema muito sério que nós vivenciamos. Lembro da
luta de alguns Vereadores que travaram um debate aqui com o Ver. Adeli Sell,
com o Ver. Guilherme Barbosa e conosco também. Agora, por outro lado, sempre
consideramos que o artista, seja qual for sua expressão, tem que ser
respeitado, mas, ao mesmo tempo, tem que compreender a democratização de um
Estado. O que quero dizer com isso? Durante os 16 anos em que nós ficamos aqui,
quando nós estávamos na Frente Popular, quando começamos a sentir que havia um
crescimento acentuado de alguns prédios pichados, chamamos os grafiteiros e
conversamos com eles. Num Governo em que há uma política pública continuada,
Ver. Professor Garcia - V. Exª sabe do que eu estou falando - não acontece essa
barbárie que está ocorrendo hoje na cidade de Porto Alegre. Nas grandes
avenidas de circulação não existe um prédio em que não haja uma expressão
dessas pessoas através da pichação. Isso é o sentimento de alguma coisa, é um
recado de um determinado segmento da sociedade.
Não
havia isso porque, na cultura e em outros segmentos da Prefeitura de Porto
Alegre, nós estabelecíamos uma política, discutíamos com eles, e Porto Alegre
era uma Cidade limpa. Hoje - eu já tenho dito aqui - Porto Alegre é triste,
suja, a sinalização da EPTC não está funcionando, é só passar pelos corredores
de ônibus para ver do que estamos falando. Então eu quero apelar ao Governo,
através do Ver. Professor Garcia, que hoje é membro do PPS, para que se faça
uma discussão com os grafiteiros, porque através deles vamos chegar aos outros
e poderemos fazer com que não ocorra mais o que está acontecendo na cidade de
Porto Alegre.
Em
segundo lugar, eu quero comentar sobre o assunto fidelidade partidária. Eu
sempre tive fidelidade com o projeto de esquerda. Jamais deixei ou deixarei de
ser socialista. O compromisso de fidelidade tem que estar baseado na convicção
de projeto - isso é filosofia, é ciência política. Eu li algumas matérias que tratavam
da minha saída do Partido ao qual eu pertenci por 23 anos e confesso que fiquei
muito triste com isso.
Quero responder de uma forma muito respeitosa ao
Líder da Bancada do PT, Ver. Carlos Todeschini, pois li no correio eletrônico
uma matéria dele sobre a minha saída, em que ele, agora, reforça a tese da
fidelidade partidária: quando a gente fala em fidelidade partidária, Vereador,
a gente tem que ter com os que saem e com os que entram. Portanto, hoje nós
temos uma excelente Ministra da Casa Civil, a Dilma; nós tivemos nas fileiras o
Milton Zuanazzi, que era do PDT e depois ingressou no PT; nós tivemos e temos
pessoas seriíssimas que mudaram de Partido, mas que não mudam o seu jeito de
trabalhar, o seu viés ideológico. Então, em respeito a uma instituição, como é
o Partido Socialista Brasileiro, em nome da relação que nós temos com a Frente
Popular, eu quero solicitar que esse respeito seja mantido, porque senão nós
vamos ter que pedir às pessoas que saíram do PCdoB, como a nobre Deputada Maria
Rosário, que é uma pessoa por quem tenho muito respeito e carinho, que também
devolva o seu mandato ao PCdoB. Eu quero ter o mesmo tratamento, quero ter o
mesmo respeito, porque não mudo de posição, porque nesse lado esquerdo do peito
e nessas veias correm sangue socialista, e a minha postura e a minha prática
vão continuar as mesmas. E não é por isso, Ver. Carlos Todeschini, que nós
vamos brigar ou deixar de estar na mesma fileira da luta pela construção de uma
sociedade livre.
Por último, eu quero dizer que o PSB tem uma
posição cem por cento contrária à terceirização que está acontecendo na empresa
Trensurb. Nós lançamos um panfleto, porque compreendemos que o funcionalismo
público federal tem conseguido fazer um bom trabalho e que, às vezes, o
problema é de gerenciamento. Nós sabemos que há um problema sério, mas a
posição das Bancadas federal, estadual e municipal do PSB é contra. Gastam-se,
com essa forma terceirizada, três vezes mais recursos com o pagamento de horas
extras a trinta funcionários, um para cada posto. O custo com contratação seria
de 72 mil, e o custo da terceirização é de 141 mil reais. Portanto, senhoras e
senhores, esta é a posição da Bancada do PSB: contra a terceirização de setores
importantes lá da Trensurb.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos
à
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
N. 6101/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 026/05, que estima a
Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2006.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, é por demais gratificante poder
discutir o Orçamento da cidade de Porto Alegre. É importante que as pessoas
saibam que nós estamos tratando de uma volumosa lei, com muitos itens e muitas
questões.
Como
perguntar não ofende, nós temos a obrigação, como Vereadores, de questionar os
números, questionar, enfim, as proposições do Executivo, independentemente de
sermos de situação ou de oposição. A pergunta que eu faço é a seguinte: no item
de saneamento básico, a Vila Bita, na Restinga, terá no Orçamento de 2006, para
a rede de esgoto cloacal, um valor de 345 mil reais. Esse número, esse item, eu
quero festejar. O Ver. Dr. Goulart sabe bem onde é que fica, na Restinga, a
Vila Bita. Esse item eu vou cuidar como se cuida de um bebê, porque lá nós
temos um problema de Saúde Pública. Vossa Excelência, Vereador, sabe e conhece,
atende as mães desamparadas daquela Vila. Nós achamos que esse é um número
elogiável. Como criticarei alguns itens, fiz questão de pegar um número que
quero enfatizar como meritório e necessário para a Restinga.
No
Orçamento de 2006, eu gostaria que a gente discutisse, inclusive, o Orçamento
desta Casa, porque, pelos meus cálculos, nós teremos um aumento de 18%. Será
que nós, Vereadores, não temos de ter preocupações intramuros, interna
corporis, para ver o que nós podemos deixar de gastar nesta Casa para haver
mais aplicação de dinheiro na sociedade? Essa é a pergunta que eu faço. Já
salientei, doutra feita, que acho que nós gastamos demais em alguns itens,
inclusive sobre o funcionamento desta Casa, a questão da água, da energia, da
reprografia, etc. e tal. Fiz até mesmo um conjunto de proposições no início do
ano que vou retomar e repassar para ver se temos concordância sobre a questão.
Eu publicizei que o Programa Monumenta, do Governo
Federal, representa 87% do conjunto dos investimentos da Secretaria Municipal
de Cultura, e ainda não tive retorno de ninguém. Vejam só: a verba que virá de
Brasília, do Governo Lula, para Porto Alegre, para o Projeto Monumenta
significa 87% do orçamento de uma Secretaria. Se alguém achar que eu exagerei
nos cálculos, vamos pegar a máquina eletrônica e recalcular.
O Governo Municipal prevê um gasto de 900 mil reais
com equipamentos para coordenar o Projeto Integrado da Entrada da Cidade, o
PIEC. É o mesmo valor previsto para equipamentos para a Saúde Pública
municipal. Nossos dois colegas médicos - Ver. Sebenelo e Ver. Dr. Goulart - e
Ver. Oliboni, que tem uma intervenção nessa área: será correto esse valor? É
justo esse valor? Sinceramente, digo-lhes: é pouco, é pouco para quem pretendia
resolver os problemas da Saúde Pública de Porto Alegre, o valor de 900 mil
reais é muito pouco! Vejam as senhoras quanto o Grupo Hospitalar Conceição vai
gastar para fazer as reformas que estão quase concluídas da entrada do
Conceição e do atendimento do Conceição. É muito mais do que esse valor. Faço
inclusive esta pergunta ao Ver. Sebenelo, que é da base do Governo, que conhece
a obra do Conceição, sabe que vai melhorar o Conceição: quanto custará aquela
obra, Vereador?
A Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento
Estratégico prevê gasto de
761 mil na contratação de consultoria. Em consultoria, nós vamos gastar 761 mil
reais! Dias atrás eu fiz um Pedido de Informações à Secretaria de Direitos
Humanos, que vai gastar 167 mil reais numa consultoria, ou melhor, já gastou
praticamente tudo. E sabe quanto nós vamos gastar em consertos e melhorias para
os sanitários públicos? Serão 6 mil e 275 reais! O Prefeito Fogaça, hoje pela
manhã, Ver. Professor Garcia, Ver. Carrion, que estavam lá no Sindilojas,
inclusive enfatizou as outras melhorias do Centro da Cidade. E eu faço a
pergunta agora: é possível revitalizar o Centro cuidando dos sanitários com
6.mil e 275 reais? Vou repetir, Ver. Professor Garcia, são 6 mil e 275 reais!
Para uma consultoria numa Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento
Estratégico serão 761 mil reais! Vamos ver quantas vezes mais significa isso?
Cento e vinte vezes mais! Diante disso, alguma coisa não deve estar certa.
O
valor destinado a cestas básicas do Programa Fome Zero é de 78 mil reais, e o
valor do auxílio-alimentação do Gabinete do Prefeito é de 364 mil e 747 reais.
Ver. Gerson Almeida, V. Exª que foi um dos implantadores do Programa Fome Zero
na Prefeitura de Porto Alegre, o que significa o valor de 78 mil reais para o
Fome Zero? E essa verba cinco vezes maior para o Gabinete do Prefeito? Alguma
coisa está errada! Será que a minha máquina eletrônica andou falhando? Agora,
não deve ter sido, porque o mutismo da situação aqui é brutal! Não há resposta;
nem do Ver. Sebastião Melo, que sempre disse que o nosso Governo é o Governo da
“banqueirada”, ele está mudo pelo menos hoje.
Os
recursos para auxílio e convênios da assistência social da FASC são de 1
milhão, 346 mil e 693 reais, e os serviços de consultoria da Secretaria
Municipal da Fazenda são de 4 milhões e 570 mil. Numa consultoria que citei,
comparando com a outra, os gastos eram 120 vezes mais, e aqui, com esse
dinheiro da FASC, em comparação com a consultoria da Fazenda, são três vezes
mais de gastos em consultoria numa Secretaria. A Secretaria da Fazenda não
precisa de consultoria mais, gente! A Fazenda precisa arrecadar, precisa cobrar
dos inadimplentes, daqueles que o Ver. Sebastião Melo citou aqui, anteontem,
lembram? O Ver. Melo falou inclusive de grandes empresas aqui. Não vou repetir,
o Ver. Melo já disse quem é. Não precisa pagar quatro milhões e meio de reais
de consultoria. Sinceramente, nós não temos dinheiro para gastar tanto em
consultoria.
O
Governo Municipal prevê recurso de 200 mil para a Educação para o Trânsito,
correspondendo a 0,4% do orçamento da SMT e EPTC. O resultado eu já posso
prever. Nós já temos as faixas de segurança totalmente apagadas; e está
circulando na Internet, por exemplo, umas quatro fotos dos “azuizinhos” agindo
na Av. Ipiranga. Ao lado do carro dos “azuizinhos”, há um cavalo numa carroça
sem condutor. Não fui eu que fiz a fotografia, eu recebi umas vinte pela
Internet, não sou eu que estou inventando, eu estou falando da realidade como
ela é.
E
mais: a não ser um certo grau de incomodação do Ver. João Dib na Sessão
passada, natural, porque o Ver. João Dib sempre está atento ao Orçamento, nas
boas e nas ruins, diga-se de passagem, é um mérito do Vereador, mas nem o Ver.
João Dib conseguiu me responder sobre a Mensagem da Prefeitura à Câmara:
“...uma nova relação do Poder Público Municipal com a sociedade
porto-alegrense. Esta nova relação está estabelecida por dois princípios, o da
transparência e o da verdade...”. Eu já disse e vou repetir: onde estava a
situação nas gestões passadas? Se não havia transparências na gestão passada,
os culpados são os Vereadores que não fiscalizaram, são V. Exas. que eram
oposição, que eram maioria. Se os senhores calaram sobre isso, estão sendo
coniventes com o puxão de orelha que o Prefeito está dando em todos, de que não
havia transparência. Ou não é verdade? Ou estou inventando?
Bom, meus colegas Vereadores,
por hoje é só; haveria muito mais, e há muito mais. A discussão não vai se
encerrar aqui. Para aqueles que não sabem: eu faço todos os dias duas notinhas
sobre o Orçamento de Porto Alegre no meu boletim e mando para as pessoas. Há
dias que ponho duas por dia, e ainda não terminaram. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público presente e assistência do Canal 16, eu
venho para discutir aqui uma importante ação que está gravada e que deve ter
andamento a partir de um Projeto de Lei nosso, que está em curso nesta Casa,
que passa pelas Comissões - e lutaremos para que ele tenha aprovação -,
tratando da instalação das Áreas Integradas de Segurança Pública. É um Projeto
inovador, importante e que vem atender à aflição e preencher uma demanda muito
forte, muito contundente de toda a comunidade, pois a gente conhece os
problemas ligados à Segurança Pública e o que eles geram em toda a comunidade
porto-alegrense.
Ontem
à noite, Ver. Oliboni, estive debatendo o Projeto numa reunião do Conselho
Municipal de Segurança. O Projeto tem uma articulação orçamentária para a sua
implantação já no ano que vem, isso foi contemplado desde as nossas Emendas no
Plurianual, na LDO e também agora na Lei Orçamentária. E nesse sentido participei
dessa reunião do Fórum Municipal de Segurança Pública lá da região Leste da
Cidade. Esse encontro se realizou no Centro Vida, e estavam presentes mais de
quarenta pessoas, entre as quais o próprio Presidente do Conselho Municipal de
Segurança, Sr. João Élvio Carpes; o
Coronel Flávio; a representação da 12ª Delegacia daquela Região; a Guarda
Municipal; a EPTC e outras lideranças importantes de toda a comunidade. Eu
fiquei muito impactado com as informações e com o que foi dito pela comunidade,
por isso a urgência de aprovarmos esse Projeto, porque inclusive já há recursos
orçamentários previstos.
Verª
Mônica, eu disse que ia lhe fazer uma provocação e faço-a agora: há um ano que
a comunidade pede audiência com o Sr. Secretário de Segurança, Sr. Otávio
Germano Filho! Há um ano, aguarda-se uma resposta por parte daquele Fórum que
representa os interesses de toda a comunidade - um ano sem nenhuma resposta. O
problema é muito grave, e as informações trazidas à Mesa pelo Coronel Flávio
são muito mais preocupantes. Vejam só: Porto Alegre tem a carência de 500
profissionais, 500 homens de rua, como se denomina, para dar conta do
preenchimento das atividades que se fazem necessárias para o policiamento
adequado. No entanto, com a abertura do concurso, o número total de inscritos
foi de 500, e agora haverá o processo de seleção. Muitos não serão aprovados;
outros terão outros problemas, que resultará em desistência, e o resultado
final é que teremos frustradas as expectativas no preenchimento do quadro
necessário a curto e médio prazo. Entre o processo de seleção, o efetivo
recrutamento e a disponibilidade de esses profissionais estarem na rua vai-se
um período superior a um ano, um ano e meio. E assim teremos mais debilidades e
negligência na Segurança Pública, o que denota urgência de que o Município tome
atitudes, porque é quem tem a responsabilidade através de Secretaria Municipal
de Segurança e deverá também participar da construção da resposta a esse
problema.
A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigada, Vereador. Só queria responder à provocação de V. Exª da
seguinte maneira: acho muito saudável isso, visto que é um tema tão importante,
mas, em dados revelados no jornal Zero Hora desta semana, o Ministério da
Justiça investiu, até outubro, 22,7 milhões de reais correspondentes a 5,5% dos
413 milhões previstos no Orçamento. Em agosto, a verba prevista foi reduzida
para 170 milhões. O recurso estava destinado aos Estados através do Fundo
Nacional de Segurança Pública. Então, eu pergunto: como o Estado pode fazer
alguma coisa em relação à Secretaria da Justiça e Segurança, se o Governo
Federal não consegue cumprir suas metas?
O SR. CARLOS TODESCHINI: Vou responder com toda tranqüilidade,
querida Verª Mônica. Veja o seguinte: a Secretaria Nacional de Segurança, pela
primeira vez, investe em Segurança nos Estados, porque o Governo Federal passou
a ser parceiro, a partir do Governo Lula, em ações regionais, através da
Senasp, Ver. Gerson.
E
vou dar um dado a V. Exª que a deixará de queixo caído. Todas as viaturas que
Porto Alegre tem recebido e que o Governo do Estado tem recebido são
provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública, portanto do Governo
Federal. E a senhora mesma participou de um ato no qual Porto Alegre recebeu 79
viaturas, e houve outros atos, e outras viaturas estiveram em Porto Alegre. O
Coronel nos disse ontem, Verª Mônica, que ele tem disponível, no 20º Batalhão,
36 viaturas novas em excelente estado, no entanto, Ver. Gerson, ele tem
capacidade e homens disponíveis para ocupar apenas 12 viaturas. Portanto, 1/3
daquilo que é a disponibilidade e a necessidade. Por isso os chamados não são
atendidos, por isso a população fica desguarnecida e desprotegida. Esse é o
problema.
Onde
é que está o problema? Ver. Sebastião Melo, é que o Sr. Secretário e o Sr.
Governador do Estado não cumprem com a sua obrigação. Não dá mais para atribuir
responsabilidade ao Governador Olívio Dutra. Não dá mais para estabelecer
responsabilidade ao Secretário Bisol, como muitos fizeram, porque esse problema
tem nome: chama-se PMDB, chama-se Governador Germano Rigotto, que não cumpre
com o seu papel, não destina recursos para a Segurança Pública, não paga
adequadamente o serviço dos brigadianos, não dá conta de tomar as medidas
gerenciais e administrativas e sequer atende à comunidade, porque, há um ano,
Verª Mônica, aquele povo aguarda resposta, porque eles querem conversar e
querem ajudar o Governo a construir soluções; no entanto, o Governo não dá
ouvidos, e nós temos cada vez mais problemas. Ontem, quando estávamos reunidos
lá, houve o homicídio de número 104, ele recebeu um telefonema na hora.
Então,
essas são as questões que têm de ser respondidas, e nós estamos aqui com um
Projeto de ações Integradas de Segurança, que objetiva ajudar a construir essas
respostas.
O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Muito obrigado, Ver. Todeschini. Eu quero dizer que o Governador
Germano Rigotto, após ter sido eleito Governador do Estado pelo sufrágio da
maioria do povo, teve de fazer curso de Arqueologia, porque teve de tratar das
ruínas que o PT deixou através do seu líder Olívio Dutra. Eu quero lembrar a V.
Exª que o Governador Germano Rigotto pegou o Estado com 4 bilhões e 700 milhões
de reais de rombo, com o ICMs antecipado; com estradas estadualizadas. Nós
estamos fazendo muito daquilo que é possível dentro do Orçamento do Estado.
Vossa Excelência sabe que muitos brigadianos entraram em ação, foram
concursados, fizeram o curso. É evidente que o cobertor sempre é curto. Agora,
V. Exª excede o discurso ao dizer que a Segurança Pública não existe. Não, ela
está dentro do limite do trabalho, sabendo das dificuldades que existem; agora,
V. Exª está excedendo no discurso.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo. Eu
estou fazendo este pronunciamento e espero sensibilizar V. Exª, que é do
Partido do Governador, e a Verª Mônica, que é do Partido do Secretário, em apelo
feito pela comunidade e pelo próprio Coronel, que disse: “Use a tribuna e ponha
a público esses dados, porque eu já cansei de falar, e ninguém ouve.” Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje à tarde, pelo
menos quatro Vereadores compareceram à assembléia do Simpa e de outras
entidades dos municipários: Ver. Carrion, Ver. Todeschini, Verª Sofia Cavedon e
este Vereador. Todos nós falamos, todos nós colocamos as posições, todos nós
mostramos a preocupação da Câmara em solucionar o grave problema dos
municipários, que é a reposição salarial - há dois anos e meio eles não têm
nenhuma reposição. Dois anos e meio, porque o Prefeito anterior entendeu que
não havia recursos e deixou de pagar aos municipários, mesmo o Tribunal de
Contas dizendo que, em 2003, poderia ter sido dada a bimestralidade.
Estou falando isso, Sr. Presidente, porque vou
gizar uma frase que consta na Exposição de Motivos do Prefeito, eu já falei
ontem, mas vou repetir aqui agora (Lê.): “...a determinação do Executivo
Municipal de não provocar perdas do poder aquisitivo de seus servidores,
garantindo assim uma relação de verdade e transparência que efetiva uma
parceria na busca de eficientização da Administração Pública para o bom
atendimento das demandas da sociedade”. Então, dito isso, eu quero colocar que
o Prefeito está reafirmando as promessas do candidato a Prefeito Municipal. E
não é a primeira vez que ele faz isso nos documentos que encaminha a esta Casa.
Não é a primeira vez. Ele está dizendo que pretende que haja reposição mantendo
a capacidade aquisitiva do servidor municipal, coisa que há dois anos e meio
não ocorre.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria,
portanto, que fossem unificados os discursos, que não se fosse fazer propostas
aos municipários, a Câmara até não tem competência para isso, a competência
nossa está em parlamentar. E parlamentar nós vamos fazer, como V. Exª ontem
concordou, e o Prefeito já está marcando data, provavelmente na próxima
terça-feira, para parlamentar em cima daquele Projeto de Lei que está aqui,
para ver o que nós podemos fazer no sentido de melhorá-lo.
Mas eu gostaria de dizer a alguns Vereadores que
fazem algumas críticas em relação a verbas que são destinadas a essa ou aquela
obra, nessa ou naquela Secretaria: a Prefeitura apresenta o Orçamento numa
condição completamente diversa, não dá para ser comparado com o Orçamento do
ano passado e nem com outro Orçamento. É uma nova forma de apresentar
Orçamento, e a gente tem alguma dificuldade de fazer o conhecimento de tudo que
aqui acontece, mas nós sabemos que nós aprovamos, que são programas a serem
cumpridos pelo Executivo Municipal. E eu li as primeiras páginas, li uma frase
da Mensagem que o Prefeito encaminha a esta Casa. Eu diria aos Vereadores que o
Plano de Investimento está na seqüência da Justificativa do Prefeito para
encaminhamento da Proposta Orçamentária. Depois disso, aí sim, vem o Sumário e,
depois, a página 1 com o Projeto de Lei, e aí estão todos os Investimentos,
todas as Receitas, tudo o que vai acontecer no Município.
Já
que eu falei nos Investimentos, tenho aqui na SMT: “Ações para Pedestres, 1
milhão de reais; Qualificação dos Corredores de Transportes Públicos, Terminais
e Paradas e Melhoria do Sistema Viário, 1 milhão de reais; Plano de
Sinalização, 2 milhões, 746 milhões e 672 reais; Mobilidade e Acessibilidade no
Centro, 1 milhão e 20 mil reais.”
Todos
nós sabemos da necessidade que tem o pedestre de ser auxiliado, orientado, da
necessidade das faixas de segurança na Cidade. Todos os anos a Prefeitura gasta
muito dinheiro na sinalização, especialmente perto das escolas, com as faixas
de segurança. Eu já disse aqui uma vez e vou repetir hoje: as faixas de segurança
podem ser feitas com blocos de concreto pretos e brancos, e elas são muito
duráveis, no mínimo duram dez anos. Eu sei disso, porque fiz uma experiência
nesta Cidade: por dez anos, elas ficaram em excelentes condições na frente do
prédio da Secretaria Municipal de Obras e Viação, que depois, lamentavelmente,
foi coberto por uma camada de asfalto. Se a Prefeitura quiser economizar, eu já
disse para o Secretário, que faça faixas de segurança com blocos de concreto
pretos e brancos. Foi o Engenheiro Flávio Maestri quem me propôs, quando eu fui
Secretário de Obras, e eu aceitei - pretos e brancos. Se a Prefeitura um dia
tiver que trocar de posição uma faixa de segurança, nada mais fácil do que
retirar aqueles blocos e colocar em outra posição.
Hoje
o que é que tem que fazer? Tem que pintar com asfalto as faixas que são
brancas, fica uma faixa com cor diferente, um preto diferente, ainda se nota a
faixa antiga, gastam-se duas vezes e nunca dura um ano. Então eu já estou
aproveitando essa oportunidade em que a Prefeitura pretende fazer investimentos
visando à sinalização e ao atendimento do pedestre, inclusive com
acessibilidade, para colocar sobre os blocos de cimento pretos e brancos. Se
tiver dúvidas quanto à durabilidade dos blocos de concretos, é só olhar na Rua
Sepé Tiaraju, porque ela é inclinada, e uma rua inclinada com blocos de
concreto vai dizer da qualidade e da eficiência do material utilizado, ou então
ali na Rua Santa Terezinha, onde foi feita uma quadra com blocos de concreto
sem ônus para a Prefeitura, até para mostrar que os blocos de concreto
funcionavam muito bem. Acho que é chegada a hora de tentar ajudar.
Também
quero dizer aos nobres colegas que este Orçamento, no entendimento deste
Vereador, está bom. Espero que não façam tantas emendas para deixar a Verª
Maristela Maffei, que é a Relatora, mas que tem assessoria própria e também a
assessoria da Comissão de Finanças, em condições de fazer com que o relatório
chegue ao Plenário em condições de ser votado sem muitos problemas.
Quero
lembrar, por outro lado, que, no dia 1°, terça-feira, às 14h30min, neste
plenário, será feita uma Audiência Pública visando examinar a execução
orçamentária do segundo quadrimestre, mas também examinar a Proposta
Orçamentária do Sr. Prefeito. E lembro ainda que, enquanto está em Pauta esse
Processo, e vai até o dia 7 ou 8, a comunidade pode, através de trezentos
eleitores, apresentar emendas ao Orçamento. Também três entidades registradas,
reconhecidas, podem fazer emendas ao Orçamento, mas, se vierem aqui no dia 1º,
às 14h30min, vamos poder trocar idéias e dar informações mais seguras.
Eram essas as colocações que eu desejava fazer,
dizendo que temos em mãos o momento da maior relevância deste ano: a discussão
da Proposta Orçamentária para o próximo ano, que é o ponto número um de todos
os anos para todos os Vereadores. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a
Emenda nº 06, de autoria do Ver. Raul Carrion, ao PLCL nº 030/05. Apregoamos a
Subemenda nº 01 à Emenda nº 06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, ao PLCL nº
030/05.
O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói
Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, todos os que nos assistem aqui e
também nas suas casas, queremos começar prestando a nossa homenagem - em meu
nome, em nome da Verª Manuela D’Ávila, da Bancada do PCdoB - a todos os
funcionários e funcionárias desta Casa pela passagem, amanhã, do Dia do
Funcionário Público e, através deles, saudar toda essa imensa e importante
categoria de trabalhadores do nosso País.
Em segundo lugar, Vereadores Carlos Todeschini,
João Dib e Sofia Cavedon, quero dizer que, após a nossa ida à assembléia dos
municipários na tarde de hoje, em que ocorreram os debates da categoria, foi
colocado em votação, Verª Clênia Maranhão, a proposta do Governo de aumento de
4,51% e a retirada da bimestralidade. Estavam presentes 1.500, 2.500
municipários; a proposta do Governo foi contraposta à proposta do Fórum de
Entidades, e, nessa votação, o Governo conseguiu dois votos pela aprovação em
uma assembléia de quase 2.500 municipários. A imensa totalidade da categoria
aprovou a proposta do Fórum de Entidades.
(Manifestação anti-regimental.)
O SR. RAUL CARRION: Infelizmente
eu não posso lhe dar aparte, porque é Comunicação de Líder, mas tenho a certeza
de que V. Exª está solidária
com os municipários.
Na
Mesa formada pelo Simpa, apenas dois Diretores tiveram a coragem de aprovar a
proposta. Na proposta aprovada pelos municipários está o pedido de retirada do
Projeto pelos seus vícios insanáveis, a remessa de um novo Projeto que poderá
conter um aumento emergencial nos valores apresentados pelo Governo, a retomada
de negociações sobre a política salarial, a definição de um índice oficial
externo, a valorização do vale-refeição e assim por diante.
Também
foi aprovada, Ver. Dib, a constituição de uma comissão de Vereadores para
intermediar essas negociações. Outro ponto aprovado foi no sentido, por
consenso, de que sejam retomadas as eleições no Sindicato dos Municipários, há
tantos anos com uma Diretoria lá permanente, sem base legal, e aí aquela
proposta que esta Casa vem fazendo de uma comissão de Vereadores que ajude a
construir um processo eleitoral transparente. Isso foi aprovado lá e também a
proposta de que, no dia 9 de novembro, ocorra a primeira reunião, se possível
aqui na Casa, no plenarinho. Essa é a primeira questão que gostaríamos de
tratar.
A
segunda, Ver. Gerson Almeida, é a nossa preocupação e inconformidade com o que
se propala, hoje, no sentido da terceirização das bilheterias do Metrô. Queria
dizer que nós recebemos uma informação da Federação Nacional dos Metroviários,
do Sindicato dos Metroviários, solicitando uma manifestação nossa em torno
disso. O PCdoB - a Verª Manuela e eu - é contrário à terceirização das
bilheterias da Trensurb. Nós achamos que é preciso concurso público. Nós não
queremos uma perda de qualidade no atendimento que os metroviários fazem hoje,
não concordamos com esse caminho. E mais: nós temos uma preocupação com a
possível paralisação desse serviço tão importante para a nossa Cidade, para
Porto Alegre. Os metroviários estão desde quarta-feira em estado de greve em
cima dessa questão.
Queremos
parabenizar a fala da Verª Maristela Maffei, do PSB, que manifestou a posição
contrária da Bancada também, bem como a solidariedade aos metroviários. Nós
achamos importante essa manifestação da Verª Maristela Maffei, porque o Diretor
de Operações da Trensurb, o Sr. De Césaro, é do PSB. Então, isso vai permitir
que a Bancada do PSB, nesta Casa, abra um diálogo, uma discussão com a Direção
da Trensurb - e o seu Diretor, repito, é do PSB -, para que essa medida seja
suspensa. Concluímos dizendo que temos notícias de que mais de cem pessoas já
foram treinadas para essa terceirização.
Então,
com isso, registramos a nossa inconformidade, nós nos colocamos à disposição,
inclusive por meio da CUTHAB, se surgir uma paralisação, para intermediarmos
uma discussão sobre essa questão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães;
colegas Vereadoras, colegas Vereadores, eu quero, Ver. Todeschini, ao enfrentar
a discussão do Orçamento, falar do discurso e da prática do PT sobre essa
matéria. O PT, no Governo, corta a bimestralidade e, na oposição, diz que tem
de ser reposto aquilo que ele não pagou.
Aí,
eu fui verificar, Sr. Presidente, o reajuste dos servidores públicos federais.
O Governo Lula, neoliberal recauchutado, amigo da “banqueirada”... Sabe quanto
ele concedeu de reajuste para os servidores federais, Ver. Sebenelo? No ano de
2003: 1% de reajuste; no ano de 2004: 0% de reajuste; no ano de 2005: 0,10%. E,
aí, a Bancada do PT vem com essa autoridade, representante deste Governo
Federal, dizer que está tudo errado no Município.
Então,
eu quero falar de discurso e quero falar de prática. O discurso, aqui, da
Frente Popular, especialmente do Ver. Todeschini, que é Líder da Bancada, é
cobrar transparência no Orçamento. Só que eles fizeram um laboratório de
maquiagem durante 16 anos, comandado pelo Sr. André Passos, no Gabinete do
Planejamento - maquiagem essa que os Vereadores desta Casa conhecem muito bem. Os
senhores nunca executaram sequer as metas que foram propostas em linhas gerais!
E
aí, Ver. Luiz Braz, vamos deixar a “floresta” e ir em direção à “árvore” do
DMAE. Lá no DMAE é o seguinte, vamos aos fatos: em 2004, o Sr. Todeschini disse
que, de recursos próprios, investiria 21 milhões, 431 mil, 887 reais e 7
centavos, e, de operações de crédito, 6 milhões, 874 mil, 418 reais e 75
centavos. Ele apenas executou, dos 21 milhões - que ele disse para a população
que faria, botou no Cidade Viva, quando tentaram ganhar a reeleição -, 9
milhões, 286 mil, 779 reais e 8 centavos e, nas operações de crédito, zero.
Discurso é uma coisa, prática é outra coisa.
Então,
Ver. Todeschini, vamos “devagar com o andor que o santo é de barro”. Um Governo
que bota 417 milhões no Fundo de Segurança Pública, gasta 17 milhões e o resto
entrega para banqueiro tem autoridade para cobrar Segurança Pública aqui?
Desculpe-me, Ver. Todeschini, V. Exª está mal, V. Exª está mal. Vossa
Excelência vem dizer que o Governo... Aliás, eu acho que, em matéria de
assessoria de Orçamento, a Bancada do PT está muito mal. Estiveram no Governo
por 16 anos, requisitaram técnicos para a Câmara, mas não estão lendo as
coisas, porque disseram que eram 17 milhões, e eu fui ao DMAE, e está previsto
para o DMAE o seguinte Orçamento para 2006: recursos próprios, 18 milhões, 477
mil, 367 reais e 50 centavos; e créditos, 10 milhões, 488 mil e 600 reais, o
que somam quase 29 milhões de reais. Esse é o Orçamento do DMAE que V. Exª
poderá cobrar no final de 2006, porque esse é o primeiro Orçamento que o
Governo que ora assume faz. Então, V. Exª poderá cobrar no final de 2006.
Eu
quero enfrentar o meu querido Ver. Adeli Sell, que vem aqui falar em
“burrocratização”. Eu nunca vi... O Pedro Ruas aprovou uma lei nesta Casa em
1993, e a Maria do Rosário, então Vereadora, e o Sr. Henrique Fontana vieram a
esta tribuna, esbravejaram, dizendo que aquela lei que taxava as transações de
fundo mútuo dos bancos, de ISS resolveria o problema da Saúde em Porto Alegre.
Sabem quanto eles cobraram da “banqueirada” nesse tempo todo? Zero! E os amigos
deles, no primeiro Governo do Tarso, foram lá, levaram uma carta; a carta
chegou ao meu gabinete, e o Tarso: “Não, não, vocês fiquem tranqüilos que o
Conselho de Contribuintes é muito desorganizado, não vai cobrar de vocês mesmo.
Fiquem tranqüilos”. E foi o que aconteceu. Depois de muito pau nesta tribuna, o
Governo resolveu botar algumas ações na Justiça para fazer de conta, “para
inglês ver”! Eu quero dizer que não mudei de opinião. Cobrei ferrenhamente para
que a Frente Popular cobrasse o ISS dos banqueiros e estou aqui cobrando isso
do Prefeito Fogaça, mas estou com a convicção férrea de que ele vai fazer essa
cobrança, porque nas reuniões que tenho tido com o Secretário da Fazenda, com a
Procuradora Mercedes, estamos azeitando para cobrar, pois isso é importante
para a cidade de Porto Alegre.
Então,
quando o Governo da União, Presidente Elói, faz um remendão tributário e pega
as Receitas não-compartilhadas, aquelas que só ficam na mão do Governo da
União, eleva 100% - que é o caso do Cofins - e deixa os Municípios morrendo à
míngua, aí vem a Bancada do PT achando que há santo milagreiro. O Orçamento que
aqui está... Vamos parar com esse discurso falido! Esse discurso não pega! Esse
Orçamento é o orçamento das Receitas correntes do Município, que deu 2 bilhões
e 157 milhões de reais, porque não tem maquiagem! O Orçamento do Prefeito João
Verle deu 2 bilhões e 187 milhões de reais, e, se eu botasse a correção, eu
teria de chegar a 2 bilhões e 600 milhões de reais! O que fez, Ver. João Dib, o
Prefeito Fogaça? Tirou aquilo que não seria realizado, por exemplo:
Socioambiental, 115 milhões de dólares. O Sr. Todeschini gastou alguns milhões
no Cidade Viva, dizendo que Porto Alegre teria 77% de esgoto tratado após o
Socioambiental. Só que esqueceu de dizer para o povo que o BIRD não havia
aprovado o Projeto porque a Prefeitura estava inadimplente! Portanto, no
Orçamento vindo para Casa, não se colocou, porque não sabemos se vamos contrair
esse empréstimo!
Então,
eu quero dizer que estou muito tranqüilo, não sou especialista, mas, se há uma
matéria que eu conheço razoavelmente, é o Orçamento. Presidi a Comissão de
Orçamento desta Casa, dediquei-me muito a aprender com os técnicos da Fazenda e
trouxe um dos melhores técnicos do Estado, que hoje é Assessor do Caçapava.
Aprendi muito! Então, Ver. Todeschini, a mim não vão enrolar, não.
O
Sr. Carlos Todeschini:
V. Exª permite um aparte?
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Concedo
um aparte a V. Exª com muita alegria e muito gosto.
O
Sr. Carlos Todeschini:
Qual é a instituição internacional da qual V. Exª falou?
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Falei
no BID sobre a questão do Socioambiental.
O
Sr. Carlos Todeschini: Eu
tinha entendido que V. Exª tinha falado no BIRD. Pois bem, como lhe disse, o
Governo de V. Exª, em reunião da CUTHAB, desdiz as suas palavras, porque o que
foi produzido e está em andamento do Socioambiental é o acúmulo melhor
possível, melhor conhecido, é o melhor Programa que a Cidade já construiu até
hoje e está com o financiamento encaminhado por nós, na Caixa Econômica
Federal, de 33 milhões de reais, que é parte da contrapartida, o qual tem a
parte da contrapartida do caixa do próprio DMAE, sendo que 26 milhões de reais
estão no caixa da Prefeitura, valor que deveria ter retornado e não retornou
até o momento. A negociação com a instituição internacional continua, não só
com o BID, mas também com as instituições nacionais: a própria Caixa,
novamente; o BNDES e outras possibilidades que se apresentam.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Ver.
Todeschini, V. Exª faz um esforço extraordinário para justificar o
injustificável. O Governo de V. Exª, primeiro, contratou o Cidade Viva - que é
um guichê que a população de Porto Alegre procura até hoje e não encontra, não
sabe o endereço dele - para dizer que o esgoto elevaria o tratamento para 77%.
Na melhor das hipóteses, depois de aprovar esse Projeto, vai levar dez anos. E
V. Exª sabe disso!
Então,
eu quero dizer, Sr. Presidente, e encerro, que nós voltaremos para enfrentar
essa boa discussão e desmascarar essa falácia de quem foi especialista em
maquiagem durante 16 anos e de quem conviveu de mãos dadas com a “banqueirada”
aqui e lá, extraordinariamente bem, porque o PT é isso mesmo, discursa para os
pequenos, galetinho no ABC Paulista com os operários, e governa com a catedral
do capitalismo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas
Vereadoras, público que nos assiste, a Peça Orçamentária, como eu já disse
ontem, tem que seguir a seqüência que nós estamos construindo, quando
analisamos aqui os projetos do Executivo: o Plano Plurianual, a LDO e o
Orçamento.
Ontem, eu afirmei nesta tribuna, e fui
desautorizado pelo meu colega Ver. Sebastião Melo, que nós tínhamos aprovado
nesta Casa - e eu traria à tribuna para mostrar, publicamente, como eu estava
correto -, no Plano Plurianual e na LDO, o Hospital Geral da Restinga, na
Secretaria Municipal da Saúde, e destinamos para isso 1 milhão e 400 reais.
Trouxe o Diário Oficial de Porto Alegre, edição n° 2605, e gostaria que a
câmera mostrasse, por favor, porque tem que ser mostrado publicamente quando
qualquer um vem nos desautorizar. (Mostra a página do jornal.) Eu disse ao Ver.
Sebastião Melo, que me desautorizou aqui, que nós não podemos vir para a
tribuna mentir. Portanto, está aqui, no Diário Oficial, do dia 30 de agosto de
2005, a aprovação que fizemos, nós destinamos recursos para o Hospital Geral da
Restinga e para o Pronto-Socorro Zona Sul. O Orçamento de 2006 teria que
contemplar, minimamente, a política do Plano Plurianual, e está destinado aqui,
para o Hospital Geral da Restinga, 450 mil reais, mas no Orçamento de 2006 não
aparece essa rubrica. Quero fazer esse debate, porque temos que jogar aqui com
muita honestidade e clareza.
Segunda
questão: creio que o plano do Orçamento apresentado aqui tem que ser perfeito,
tem de ser uma Peça que não deixa dúvidas, inclusive matemáticas, mas eu
encontrei um conjunto de erros matemáticos e vou pedir que os senhores e as
senhoras me ajudem a analisar. No documento que veio em anexo, o Plano de
Investimento e Serviços de Porto Alegre, versão preliminar, na página 7,
fala-se da primeira prioridade do Orçamento Participativo, a Habitação, lá
aparecem 41 milhões e 859 mil, mas, se somarmos os valores que aqui estão, nós
chegaremos a 44 milhões e 341 mil. O Governo apresenta, aqui, um valor de 2
milhões e 151 mil reais a menos na sua Peça Orçamentária. Se isso está correto
- esse documento que veio em anexo -, nós precisaremos fazer uma correção.
Trago aqui para a análise e essa identificação.
Bom,
falando isso, eu poderia falar sobre diversos temas relacionados às demandas, e
há algumas dúvidas e algumas curiosidades que aparecem no Projeto. Nesta Peça
Orçamentária, leiam a demanda 2006 - 0853, no tema Saúde e Assistência Social
(Lê.): “Implantação de sete casas-lar para atendimento dos PPDs” - portadores
de deficiências - “e de idosos em situação de vulnerabilidade social, 40 mil
reais.” Eu gostaria de saber como vão fazer sete casas para os PPDs e para
idosos em situação de vulnerabilidade social com 40 mil reais. Bom, temos
várias outras questões colocadas sob esse ponto de vista.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Por favor, Ver. Comassetto, eu
gostaria que V. Exª refizesse a sua soma dos dados do DEMHAB, que V. Exª diz
que dá 41 milhões e não 44 milhões. E eu acho que dá 44 milhões.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Ver.
João Dib, aceito o seu desafio, só quero dizer que não sou eu quem tem que
refazer a conta, a conta é o Prefeito quem mandou.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Está
bem, vamos refazer juntos. Já irei ao plenário para refazermos juntos a
análise, peço também que V. Exª se debruce sobre os documentos em anexo.
O
Sr. João Antonio Dib: E
também nós vamos achar os 44 milhões.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Quarenta e quatro milhões? Gostaria que a câmera mostrasse, por favor. (Mostra
o documento.) Aqui diz (Lê.): “DEMHAB, Habitação: 41 milhões e 859 mil”. São
documentos que vêm como documentos públicos para serem discutidos. Mas, se está
correto o que o senhor está dizendo, já identificamos que temos de fazer um
ajuste no documento.
Dito
isso, quero voltar aqui ao tema da Saúde e dizer que o Orçamento do Município
também está diretamente relacionado ao Orçamento do Estado e ao Orçamento da
União, porque, para alguns temas como Saúde, Segurança Pública, há repasses de
recursos. E, no caso da Saúde, eu gostaria de falar aqui novamente e dizer que
o Governo do Estado não está cumprindo a Constituição; quando falo do Governo
do Estado, falo do Governo Germano Rigotto. Em 2003, o Estado aplicou 5,87% do
Orçamento em Saúde e, em 2004, 6,1%, quando deveria ter aplicado 10% e 12%,
respectivamente, conforme a Constituição. Em 2006, pelo visto, também vai ser
diferente, porque, pelo que ele está apresentando para 2006, conforme a
Constituição Estadual, há um déficit de 260 milhões para a Saúde do Rio Grande
do Sul. Isso é repasse da Saúde também para Porto Alegre, e na Saúde de Porto
Alegre, Ver. Sebenelo, precisamos investir muito mais. Sabemos que há carência,
mas, do recurso gasto hoje pelo Município, 34% é Receita orçamentária própria
do Município, 64% é repasse do Governo Federal, e 2% é repasse do Governo
Estadual! Bem, é este Governo Estadual que está contribuindo com essa política,
Ver. Sebastião Melo, V. Exª que veio aqui defender.
E eu já passo ao tema da Segurança. Parece que o
Governo Olívio Dutra foi o melhor Governo que este Estado já teve, eu assim o
defendo, porque todos que vieram aqui hoje vieram reclamar do Governo Olívio
Dutra. Se a oposição só reclama do Governo Dutra até hoje, é porque ele foi o
melhor Governo que já houve até hoje no Estado do Rio Grande do Sul. Agora,
vamos pegar a Segurança. Todos vocês lembram, eu quero falar aqui da Segurança,
Ver. Ervino Besson, em 2005, dos recursos da Segurança aplicados no Rio Grande
do Sul: 51 milhões vieram dos repasses do Governo Federal, e somente 42 milhões
estavam no Orçamento do Município. E para 2006 o que está previsto é o
seguinte: repasse novamente, do convênio com o Governo Federal, de 51 milhões,
mas estão direcionados, no Orçamento do Estado, 28 milhões. Então,Ver.
Sebastião Melo, o seu Governo, o Governo Rigotto, está atestando que a
Segurança no Estado do Rio Grande do Sul não vai melhorar, só vai piorar, está
escrito isso.
(Manifestação do Ver. João Carlos Nedel.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. João
Carlos Nedel, tem-se de falar alto para que alguns possam ouvir. Porque é isso
que há, é isso que nós temos que discutir, porque vir aqui trazer números que
são irreais e querer dizer que a Segurança Pública do Rio Grande do Sul é a melhor Segurança
Pública do Brasil, pelo amor de Deus! Vamos parar com essa posição de querer
responsabilizar o Governo Federal pela incompetência de gerar a Segurança
Pública do Rio Grande do Sul, não dá para ser por aí. Ou será que nós
esquecemos todos os casos de insegurança que acontecem em todas as esquinas?
Eu quero saber aqui, falando de Saúde e de
Segurança: qual foi o candidato a Governador que disse que ia colocar um posto
de saúde a cada quilômetro? Todos estão lembrados? O atual Governo do Estado do
Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Agora, como é que ele faz isso? Cortando
recursos do Orçamento. Isso é só discurso para ganhar eleições? Nós não podemos
aceitar isso, e eu faço aqui um apelo aos meus queridos companheiros e colegas
de tribuna, principalmente à base do Governo Rigotto, à Bancada do PMDB, que
aqui está; ao PDT, que aqui está, e aos demais Partidos que lhe dão
sustentação: vamos discutir isso, porque nós estamos discutindo Orçamento do
Município, e o Município não é uma ilha, o Município de Porto Alegre é o gestor
econômico, político e social do Rio Grande do Sul. E, quando nós discutimos
políticas de Porto Alegre, temos que discutir políticas do Rio Grande do Sul.
Portanto,
Ver. Sebastião Melo, venha para o debate e traga números reais e concretos,
como esses que eu citei da tribuna, que estão no Diário Oficial do Município de
Porto Alegre do dia 30 de agosto, publicado pelo seu Governo, do qual V. Exas.
são base de sustentação. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
prezada assistência, eu queria agradecer ao Ver. Comassetto, porque, quando ele
diminuiu o tom de voz, nós todos ouvimos muito melhor, aí ficaram muito mais
compreensíveis as suas palavras. Muito obrigado, Ver. Comassetto.
Eu
queria também responder ao Ver. Adeli Sell, quando ele esteve aqui falando que
a Secretaria Municipal da Fazenda irá gastar 4 milhões em consultoria. Pois eu
tenho as informações ao Ver. Adeli Sell, especialmente ao público que nos ouve
e aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras: efetivamente, para o ano que vem,
está previsto um recadastramento do IPTU, uma nova planta aerofotogramétrica,
um sistema atualizado e avançado para o IPTU. E, também, meu ilustre Cláudio Ferraro,
que nos ouve com atenção, vão acabar aqueles envelopes que há no arquivo lá do
IPTU, aqueles montes de envelopes, isso tudo vai ser informatizado, um processo
de tecnologia inovadora, nós vamos avançar. Então, esperamos que, com esse
recadastramento - eu acredito, é uma impressão minha, ninguém me deu a
informação -, a arrecadação do IPTU deverá subir aproximadamente 20% sobre a
atual, somente com o recadastramento, com a colocação dessas construções
não-regularizadas no cadastro da Prefeitura. E, também, parte desse valor será
para a implantação do ISSQN eletrônico; é uma inovação, também, de elevada
tecnologia. E a licitação será feita como um trabalho de risco, ou seja, se a
arrecadação do ISSQN eletrônico promover um acréscimo de arrecadação, a empresa,
então, ganhará um percentual do aumento da arrecadação. É um trabalho que
chamamos de Serviço de Consultoria de Risco, quer dizer, se a empresa implantar
esse serviço, se aumentar a arrecadação, aí, então, sobre esse percentual de
aumento da arrecadação, a empresa vai ter um percentual; claro que isso deverá
ser, também, licitado.
E
também devo informar que a Prefeitura está estudando a implantação da nota
fiscal de serviço eletrônica. Chega de papel! Fica lá eletronicamente e é
enviado ao fisco por meio de computador, ou por meio magnético. Nós vamos
avançar, finalmente, nessa área de arrecadação. É evidente que esse valor não
está definido, mas tem de ser previsto no Orçamento para que essas consultorias
possam ser licitadas. Finalmente, nós vamos avançar.
Mas
estou muito satisfeito agora. Há oito anos e dez meses que sou Vereador nesta
Casa e, desde o primeiro ano, eu ficava preocupado: “Onde está o Plano de
Investimentos do Orçamento Participativo?” Cada ano eu reclamava: “Mas tem de
vir junto com o Orçamento”. Reclamei oito anos aqui. E o Plano de Investimentos
vinha, às vezes, no final de fevereiro, no fim de março, e num ano veio em
maio, isso porque o Vereador tinha de pedir. Inclusive, a Verª Margarete
Moraes, que não se encontra aqui no momento, deu-me por duas vezes o Plano de
Investimentos lá por maio do ano seguinte. Ora, em maio do ano seguinte, há
cinco meses o Orçamento já estava em andamento. Pois agora, meu caro Brasinha,
finalmente nós estamos recebendo o Plano de Investimentos junto com o nosso
Orçamento. Olhem só a beleza, já estão aqui todas as decisões do Orçamento
Participativo, estão aqui relacionadas. Há algumas coisas que ainda estão por
ser definidas em alguns setores, que estão ainda sendo estudadas lá, junto à
Secretaria correspondente.
Por
exemplo, na Restinga há um valor na área da Habitação ainda em avaliação pelo
DEMHAB, mas já está o valor especificado de quanto será aplicado em Habitação
lá na Restinga. E nós temos aqui... O Ver. Todeschini faz sinal negativo. O
senhor sabe que lá na Vila dos Bitas, lá no Beco dos Bitas, lá onde o Partido
dos Trabalhadores asfaltou aquelas vielas uma semana antes da eleição, lá,
justamente lá, vão ser gastos na rede de esgoto cloacal 345 mil reais?
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só um aparte no sentido de
auxiliá-lo. Lá nos Bitas não foi feito asfalto, foi colocada a conservação
permanente, que é só para não deixar levantar a poeira, aquilo não é
pavimentação comunitária, não é asfalto. Obrigado.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sim,
eu sei, mas foi feita uma conservação permanente com asfalto uns dias antes das
eleições, foi gasto um volume muito elevado de asfalto naquela ocasião, ficando
praticamente um saldo zero para a próxima gestão. Mas tudo bem! O que me alegra
é que agora a população já pode saber, os Vereadores já podem saber agora o
quanto estão aprovando no Orçamento Participativo.
Onde
está o Ver. Sebastião Melo? Não está aqui no momento... Mas há dois anos fui
chamado em Ipanema, num domingo, pela manhã, chovia lá na Rua Gávea. Os
moradores me chamaram com urgência porque estavam sendo praticamente engolidos
pela água. E eu fui lá. Coloquei um calção, chinelos, fui lá e não consegui
entrar, porque a água, na Av. Tramandaí, já batia na minha cintura. Não
consegui entrar na Rua Gávea. Pois, com muita alegria, vejo já aprovado no
Orçamento Participativo, na Zona Sul, o saneamento básico: macrodrenagem final
na Av. Celestino Bertolucci, 1 milhão e 260 mil reais; redimensionamento da
rede de esgoto pluvial da Rua Gávea, bairro Ipanema, dos dois lados, 1 milhão e
112 mil reais. A comunidade de Ipanema, que sofre há anos e anos, especialmente
os moradores da Rua Gávea, estive lá e conversei com os moradores, liderados
pelo arquiteto Fulginitti, agora, verão solucionado esse grave problema de
alagamento. Parabéns, comunidade de Ipanema, especialmente da Rua Gávea.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a Pauta Especial.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N. 5796/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 041/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki,
que determina a construção de banheiros públicos destinados ao uso infantil nos
centros comerciais e shopping centers do Município de Porto Alegre. Com
Emenda n.01.
PROC.
N. 5954/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 282/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
altera o § 3º do art. 3º da Lei n. 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações
posteriores, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários
no Município, definindo que o prazo de duração para a exploração da concessão
ou permissão seja estabelecido no respectivo Edital de Concorrência.
PROC.
N. 1576/01 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui a Feira do Livro, do Disco e
do Vídeo na Esplanada da Restinga e dá outras providências, ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO N. 081/01, ambos
de autoria do Ver. Adeli Sell.
PROC.
N. 5638/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 265/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki,
que estabelece espaços para entidades beneficentes de atendimento a pessoas
carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer, cultura, pequeno comércio
e turismo. Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 5762/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 272/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que
disciplina a expedição ou renovação de alvarás provisórios para
estabelecimentos localizados em áreas pendentes de regularização fundiária.
PROC.
N. 6100/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 138/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Atlético a Márcio Carvalho Corleta.
2.ª SESSÃO
PROC.
N. 2481/00 - SUBSTITUTIVO N. 01, que reabre o prazo para regularização de
construções no Município de Porto Alegre, fixado no art. 5º da Lei Complementar
n. 135, de 22 de julho de 1986, e alterações posteriores, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N. 015/00, ambos de autoria
do Ver. João Antonio Dib. Com Emenda nos. 01, 02 e 03 ao Projeto.
PROC.
N. 4202/04 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui a Feira do Disco Vinil na
Rua Uruguai, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 187/04, ambos
de autoria do Ver. Adeli Sell.
PROC.
N. 4000/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que acrescenta art. 46-A à Lei
Complementar n. 234, de 10 de outubro de 1990, e alterações posteriores (Código
Municipal de Limpeza Urbana), dispondo sobre a divulgação dos roteiros de
varrição e capina dos logradouros públicos na Internet, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N. 027/05, ambos de autoria
do Ver. Bernardino Vendruscolo.
PROC.
N. 5546/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 260/05, de autoria dos Vereadores Bernardino
Vendruscolo e Raul Carrion, que altera a Lei n. 7.855, de 25 de setembro de
1996, que oficializa, no âmbito do Município, a Semana Farroupilha, estabelece
a realização de Sessão Solene no Acampamento Farroupilha, e revoga a Lei n.
7.111, de 8 de julho de 1992.
PROC.
N. 5581/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 132/05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que regulamenta o funcionamento
das audiências públicas convocadas pelas Comissões Permanentes e Temporárias da
Câmara Municipal de Porto Alegre.
Com Emenda n. 01.
PROC.
N. 5809/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 277/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Clemente Viscaino.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 5990/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 283/05, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que institui monumento em homenagem ao Bebê.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, quero discutir, inicialmente, dois Substitutivos que fiz a Projetos
meus, inclusive um deles de 2001. Felizmente, agora, os trâmites desta Casa
mudaram, estão, digamos, mais de acordo com a civilização, porque, de fato, era
um absurdo: você tinha um Projeto de Lei que passava por quatro, cinco
Comissões, não concluía, não votava no ano, ia para o arquivo, voltava tudo de novo.
Foi o caso do meu Projeto que institui a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na
Esplanada da Restinga.
Agora,
eu fiz um Substitutivo, a partir de um conjunto de ponderações da Comissão de
Constituição e Justiça. Mas eu queria chamar a atenção dos colegas da Comissão
de Constituição e Justiça - que tem um maior rigor na atualidade, está muito
mais preocupada com a questão da legalidade dos Projetos; eu elogio a postura
do Ver. Ibsen na Presidência da CCJ, porque de fato temos de discutir a sua
constitucionalidade - porque fui colhido com algumas surpresas em alguns
Pareceres. Se os Projetos autorizativos não são Projetos com base
constitucional, tem de ser válido para todo o mundo, Ver. Todeschini.
O
SR. ADELI SELL: Eu
espero que continue. Até porque eu fiz algumas adequações, a partir de
ponderações da Comissão de Constituição e Justiça. E não estou me queixando,
porque, até agora, tive os meus Projetos, regra geral, aprovados, estou
contestando alguns. Com base nesses dois que modifiquei aqui, que estou comentando,
já disse, numa intervenção minha, que fiz um Substitutivo a um dos Projetos do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que considero de fundamental importância, para
tentar, entre aspas, salvar o Projeto, já que houve contestação sobre o ponto
de vista da sua legalidade, e fiz a mesma coisa com o Projeto do nosso colega
Ver. José Ismael Heinen, porque também considerei um Projeto altamente
louvável. Agora eu queria que esse procedimento fosse válido para todo o mundo,
que a votação fosse sempre única e exclusivamente técnica, e tenho visto
algumas contradições.
Vejam,
eu não estou aqui fazendo uma crítica à postura da CCJ, que considero
importante para limpar, inclusive, as Comissões de Projetos que não passam de
Pedidos de Providências. Eu poderia dizer que inclusive esse meu Projeto
poderia ser um Pedido de Providências. Pode até ser. Eu quero consignar em lei, porque
nós aprovamos leis nesse sentido, com uma certa redação. Inclusive leis que não
são cumpridas, como a da Feira do Disco, que neste ano não vai sair, não saiu,
e é lei. Em relação à Feira do Gibi, do Mercado, querem mudar o local. A lei
define o segundo pavimento, e não é fortuitamente que prevê que seja no segundo
pavimento, porque tinha tradição, tem uma discussão, tem um acordo, tem lei,
não podem mudar. E finalmente eu quero lembrar, também, a Feira do Vinil, da
Uruguai, há uma discussão antiga com a comunidade sobre esse tema. Eu quero ver
se consigo aprovar esses dois Projetos de Lei, para que, dessa maneira, nós
possamos ter, sem dúvida nenhuma, isso na cidade de Porto Alegre, que vai ser
uma grande contribuição para a cultura da nossa Cidade.
Então, são essas as ponderações que faço, são essas
as questões com relação às quais espero ter a compreensão dos meus Pares.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
acompanha nas galerias e pela TVCâmara, eu venho tratar de um Projeto de nossa
autoria que está em 1ª Sessão em Pauta, é o Projeto de construção de banheiros
públicos destinados ao uso infantil nos centros comerciais e nos shopping
centers.
Eu tive a felicidade de conseguir encaminhar esse
Projeto ao jornal Zero Hora, até mesmo para saber quais seriam as condições de
viabilidade. E lá essa idéia obteve a feliz unanimidade de 100% dos e-mails
encaminhados à redação do jornal Zero Hora manifestando-se favoravelmente ao
Projeto, à intenção. Eu cito aqui o exemplo do meu chefe-de-gabinete, que é pai
de uma menina de cinco anos. Ele, ao ingressar num shopping center,
vê-se tolhido de poder continuar suas compras no momento em que a menina pede
para ir ao banheiro. É uma situação extremamente constrangedora um pai levar a
criança, a filha, do sexo oposto, em um banheiro masculino - pela
vulnerabilidade da criança,
pelo risco que existe no banheiro masculino, do atentado, da violência
psicológica. O Projeto visa justamente a atender essa inoperância dos centros
comerciais no que diz respeito a essa compreensão mercadológica, perdendo
clientes na medida em que não conseguem adequar-se ao plano da modernidade.
Eu
trago aqui um exemplo do que diz um superintendente de uma grande incorporadora
de São Paulo, lá a regra justamente é ter essa concepção urbanística, ter essa
concepção nos grandes shopping, nos centros de comércio.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Maurício
Dziedricki, eu estava em dúvida sobre o Projeto de V. Exª, mas, no momento em
que V. Exª, na Justificativa, diz que viu um pai levando uma menina no
sanitário masculino, acho que V. Exª tem razão. É falta de sensibilidade dos
responsáveis pelos grandes centros comerciais não ter um sanitário para
crianças. Meus cumprimentos.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI:
É essa intenção do Sr. Alexandre Aires, registrado no Correio Braziliense: “Pai
acompanhado de filha, na maioria dos casos, acaba encerrando as compras, quando
a criança pede para ir ao banheiro” - aquilo que eu pude constatar com o
funcionário que me auxilia no dia-a-dia nesta Casa. “Depois que identificamos o
problema foi fácil resolvê-lo: temos um banheiro exclusivo para crianças,
aumentando desta forma as nossas vendas”. E esse é um problema que alguns shopping
da nossa Capital já compreenderam. Eu cito o exemplo de três estabelecimentos
que já têm essa conscientização: Shopping Iguatemi, Shopping Praia de Belas e
Shopping Lindóia.
Eu
quero registrar para os nossos Vereadores que a necessidade de ter uma
concepção como esta, oferecendo não somente os vasos sanitários no modelo
infantil, os vasos sanitários adaptados, gira em torno, também, da necessidade
de oferecermos espaços onde as grávidas possam amamentar suas crianças, onde as
mães de recém-nascidos possam lá fazer uso do fraldário, onde nós teremos a
concepção da família podendo participar da vida, da higiene, do asseio dos seus
filhos, num lugar onde realmente não seja ofensivo, Ver. João Dib, onde nós
possamos ter essa concepção. E encarece muito pouco perto do resultado que
esses centros comerciais, que esses shopping terão no retorno.
A
concepção disso tem diversos nomes. Eu optei pelo banheiro público destinado ao
uso infantil e por muitas vezes o tenho referido como banheiro familiar. Mas os
nobres Pares verão esses espaços como da família denominados de kids
place, kids room - uma concepção moderna, americanizada, do banheiro
que visa a atender e compreender essa família. E para a minha surpresa, depois
que coloquei essa situação, essa pesquisa à Zero Hora, no dia seguinte fui
provocado pelo jornalista Túlio Millman, que registrou essa preocupação também
com relação ao teatro e ao cinema, como atividades afins à juventude, à
criança, à família, à integração. Dessa forma, já estou propondo uma Emenda,
que foi protocolada na tarde de hoje nesta Casa, contemplando teatros e cinemas
com essa concepção de atividades infantis, para que tenham também esse espaço
reservado, bem como, Ver. Oliboni, tenham espaços para os portadores de
necessidades especiais, nós primamos pela realidade, pela proteção desses que
mais precisam de proteção.
E há outro Projeto a que gostaria de me referir,
que é o Projeto n° 265/05, que versa sobre espaços para entidades beneficentes
de atendimento às pessoas carentes nas feiras municipais de incentivo ao lazer,
cultura, pequeno comércio e turismo. Esse Projeto tem o intento de auxiliar a
nossa Fundação de Assistência Social através do Programa PAI - Programa de
Atendimento ao Idoso -, auxiliar os programas desenvolvidos com os menores de
rua, instituições como a FASE - Fundação de Atendimento Sócio-Educativo. Nos
Programas são produzidas inúmeras atividades comerciais através da atividade
laboral com aqueles menores infratores, com os grupos de terceira idade, com
pessoas que têm, através dessa vocação, uma melhor qualificação, uma melhor
educação, um melhor espírito de dividir-se, de contribuir, de compartilhar com
a nossa Porto Alegre. Porém nas feiras municipais não há uma previsão legal de
reservas de vagas para essas entidades. Não há, na Lei Municipal, algo prevendo
que essas entidades contribuam, participem e, de imediato, mostrem o seu
trabalho à comunidade porto-alegrense. Para tanto, ingressei com esse Projeto
justamente no sentido de atender a essas entidades que têm um cunho
beneficente, essas entidades que atendem necessariamente o público em
vulnerabilidade social, que elas possam mais do que nunca estar contribuindo
não somente com propostas econômicas para esses menores e esses idosos, mas
contribuindo com a economia de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero
discutir o PR nº 132/05, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que regulamenta o
funcionamento das Audiências Públicas convocadas pelas Comissões Permanentes e
Temporárias da Câmara, com a Emenda nº 01, porque entendo que é inadmissível
que a Casa do Povo de Porto Alegre não possa ter espaços disponíveis à
disposição da comunidade conforme ela demanda e necessita.
Eu participei da
reunião da CUTHAB na última terça-feira à tarde, dia 25, e tivemos de nos
reunir lá no Auditório da Caixa Econômica Federal porque aqui não há espaços
suficientes para o desempenho adequado de nossas atividades, e as outras
Comissões também, que têm como finalidade absorver as demandas públicas, Ver.
Gerson Almeida, têm tido dificuldades para desempenhar o seu trabalho. Esta
Casa, este espaço, representa o povo de Porto Alegre, é do povo de Porto Alegre
e tem de estar, sim, à disposição do povo de Porto Alegre, porque em muitas
vezes os espaços estão fechados, e as Comissões têm que se reunir fora daqui.
Muitas vezes alguns
Vereadores são criticados por se dedicarem de corpo e alma ao mandato. Quero
dizer que não concordo e acho que devemos encontrar as soluções adequadas para
potencializar todas as ações para o melhor desenvolvimento das atividades.
Muitas coisas que aqui são feitas, como o excesso de homenagens e outras
coisas, devem dar lugar às demandas primeiras da comunidade, que é vir aqui,
encontrar soluções e construir alternativas para
os problemas da comunidade. Ontem, aquela reunião no Fórum de Segurança, Ver.
Nedel, deveria ter sido uma Audiência chamada pela Comissão de Justiça e
Direitos Humanos aqui da Câmara, mas, muitas vezes, o trabalho é limitado
porque não se tem a disponibilidade de espaços que se deveria ter.
Então, em boa hora a Verª
Sofia faz um Projeto que dispõe sobre a regulamentação do uso dos espaços da
Câmara e as medidas necessárias para o bom funcionamento da Câmara Municipal.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Todeschini, um Vereador deve sê-lo sete dias por semana,
pela manhã, à tarde e à noite. Mas ele nunca deve perder a isenção e a
coerência.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Pois é, eu não sei, V. Exª falou de modo
cifrado, eu não entendi. Então, eu peço que seja mais claro.
O Sr. João
Antonio Dib: É difícil construir o simples, por isso ninguém mudou o Parabéns a Você.
Eu digo que todo o Vereador, todo o político, deve ser isento e coerente;
sempre o seu eleitor, o contribuinte da Cidade, o munícipe, enfim, quem quer
seja o seu eleitor, deve saber como certo de que forma ele vai proceder em
razão desse ou daquele assunto. Coerência e isenção.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Continuo não entendendo. Agora eu lhe
digo que não estou legislando em causa própria aqui. Estou vendo a dificuldade
que determinadas Comissões têm enfrentado para poder aqui desempenhar o seu
trabalho adequadamente. E o Projeto da Verª Sofia pretende regrar os espaços e
as estruturas
de modo a facilitar a vida das pessoas que precisam desta Casa para o
encaminhamento e a solução dos seus problemas, Ver. Oliboni. É disso que
estamos falando. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezadas colegas
Vereadoras, prezados colegas Vereadores, público que nos assiste, eu quero aqui
comentar dois Projetos. Um deles é o Projeto de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo que traz toda uma discussão sobre a limpeza pública de Porto Alegre
e dispõe sobre a divulgação na Internet dos roteiros de varrição e capina dos
logradouros públicos.
Como
disse o Ver. João Dib, há que se ter criatividade permanente, e esse é o
objetivo desta Casa e das nossas discussões. Parabenizando-o pelo Projeto,
Vereador, eu quero dizer que nós também temos de oferecer condições para que a
comunidade possa ter acesso à Internet. E aqui quero fazer um registro: o
Projeto de V. Exª somente terá sucesso para aqueles que não têm computador em
casa, se o atual Governo reabrir todos os telecentros que foram fechados no
início do ano - havia trinta e cinco telecentros, e há ainda dez telecentros
fechados. E não foi respondido, até hoje, por que nós ainda temos dez
telecentros fechados!
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Não, Ver. Haroldo de Souza, somente
alguns telecentros foram reabertos. Havia trinta e cinco telecentros, e, no
início do ano, foram fechados vinte telecentros! Mas, desses vinte telecentros,
dez continuam fechados.
Portanto,
um Projeto como este, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que deseja que
a informática seja um instrumento de controle do serviço público - nesse caso,
controle da varrição, para que todos nós possamos identificar onde estarão
sendo desenvolvidos os trabalhos, bem como para que possamos cobrar qualidade
desses serviços - requer que tenhamos acesso a essa ferramenta.
Na
semana passada, foi noticiado nos jornais da Capital que o Secretário de
Segurança Pública do Município estaria buscando recursos com o Governo Federal
para abrir novos telecentros. E eu disse com todas as letras: “Nós, na condição
de Governo Federal, temos toda a disposição no sentido de apoiar a socialização
da informática.” Porém o Sr. Secretário da Segurança Pública do Município e o
Sr. Prefeito Fogaça têm o compromisso e a responsabilidade de abrir
imediatamente os dez telecentros que foram fechados e que tiveram investimento
de recursos públicos. Eles foram fechados de um dia para o outro, ou seja, na
mudança do Governo, e nós já estamos quase em novembro, no fim de ano.
Bem,
eu faço esse apelo, porque a juventude continua carente, e, se nós não
construirmos alternativas para a juventude, o tráfico constrói. Portanto, Ver.
Bernardino, parabéns pela sua iniciativa, e sou também aliado para resolver
esse problema que o Executivo não conseguiu resolver até agora.
O
segundo Projeto que eu gostaria de comentar é o Projeto do Ver. João Dib, que
propõe a regularização de prédios irregulares em Porto Alegre. O Projeto do
Ver. João Dib tem uma abrangência muito grande e muito importante, porém, Ver.
João Dib, ele está adequando somente um artigo desse Projeto. E a lei feita no
então Governo Alceu Collares, hoje Deputado Federal, coloca que são
regularizáveis ainda que em desacordo com o Código de Obras ou com dispositivos
de controle das edificações do 1º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental. O 1º Plano Diretor já foi substituído pelo atual Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Portanto, eu creio - e volto a dizer,
porque estou analisando a sua lei - que nós precisamos analisar com mais
profundidade a lei do então Prefeito Alceu Collares e não reformar somente um
artigo. Volto a dizer que tem mérito a sua legislação no sentido de trazer para
a regularização fundiária, porém creio que precisamos aprofundar ainda o
debate. Pena que o tempo de hoje já terminou. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir
a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Quero agradecer, Ver. Elói Guimarães, a
possibilidade de voltar a esta tribuna e discutir um Projeto de minha autoria
que está começando a tramitar nesta Casa, um Projeto que regulamenta as
Audiências Públicas promovidas por esta Câmara na cidade de Porto Alegre.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Com a sua gentileza de sempre, Verª Sofia, agradeço, em primeira
mão, o seu aparte. Quero dizer para o Ver. Comassetto que o telecentro tem
problemas legais. Há muitos problemas com os nossos telecentros, que presta um
relevante trabalho para a nossa comunidade. Há problemas, e o Executivo
Municipal, o Prefeito Fogaça, está tentando legalizar, para que funcione dentro
da lei. Sou grato a Vossa Excelência.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Ervino, é importante esse gancho que
V. Exª me dá. Acho que um excesso de burocracia está prejudicando milhares de
jovens nesta Cidade, e isso é inaceitável, Ver. Ervino. Inaceitável dizer que o
problema dos telecentros é legal. Jamais! Há uma boa vontade das comunidades,
uma necessidade, uma ânsia. Nunca vi um equipamento público, peças, materiais
públicos caros tão cuidados quanto os computadores que foram colocados nos
telecentros desta Cidade, tamanha preciosidade, cuidado e responsabilidade que
as lideranças comunitárias tiveram e têm com os telecentros. Impossível que
este Governo... Se ele achou que era ilegal ter monitores, repassar o recurso, porque
estava construído na forma de convênio, então que disponibilizasse estagiários
de uma forma simples e rápida. É impossível aceitar desculpas burocráticas para
os telecentros estarem fechados.
O
Projeto do Ver. Vendruscolo se refere à questão da tecnologia, comentava aqui o
Ver. Comassetto antes, e foi o que fez com o que o Ver. Ervino viesse a esta
tribuna e dialogasse. Esse é um tema que nos preocupa, Verª Clênia, que se
preocupou com a minha crítica. Acho importante que se levantem os temas aqui, porque
são temas para nós, Vereadores, os da base do Governo e os da oposição,
ajudarmos o Governo a acelerar as soluções. E nós jamais deixaremos de ouvir as
razões, jamais deixaremos de contribuir.
Eu
acompanhei ontem a instalação de um Fórum do Governança Solidária na Zona
Leste. Não é por ser uma política deste Governo que vou ignorar ou boicotar
como muitos fizeram erroneamente com o Orçamento Participativo, perdendo muito
com isso. Eu estava lá, ouvi a comunidade, os Secretários, ouvi a fala do Sr. Prefeito
se comprometendo em agilizar e responder por problemas desta Cidade. Ele está
propondo um diálogo e soluções criativas.
É
impossível que os telecentros não tenham uma solução rápida, para que funcionem
e continuem prestando o preciosíssimo serviço que prestam à comunidade. Quero
dizer que a juventude pobre desta Cidade nunca teve um instrumento de inclusão
tão importante junto com os ambientes das escolas municipais, Ver. Neuza, de
inclusão digital que dialoga com a juventude que está ali, que a droga está
chamando, a gangue, o pequeno furto, é a juventude que foge da escola. E o
computador é uma sedução. Então, o telecentro, lá na Vila, é algo tão precioso
que deveria ser tratado no colo pelo Prefeito. É inaceitável que eles estejam
fechados.
Quero
fechar minha intervenção ao tratar das Audiências Públicas, fazendo uma relação
um pouco distante, mas importante, do que o Ver. Dib trazia antes. Nós temos um
desafio muito grande aqui nesta Casa, e eu falava isso para o nosso Presidente,
Ver. Elói Guimarães. Acho que é um desafio que todos os Partidos - direita,
esquerda, oposição, situação - podem assumir junto, que é o desafio de tutelar
as novas eleições do Sindicato dos Municipários. Esta Casa, que tem o dever de
transformar em público, de fato, o que é coletivo, pode assumir esse desafio e,
depois, no final desse processo, ser reconhecida pelo conjunto dos
municipários. Foi um compromisso que nós assumimos na Audiência Pública com os
municipários e que hoje foi expresso na assembléia.
E
acho que hoje o nosso Presidente, que se interessou, deve dirigir esse processo
com uma comissão de Vereadores representativa, de diferentes Bancadas desta
Casa, junto com o Fórum das Entidades e com a diretoria do Simpa; fazer todo um
processo que possibilite uma eleição num Sindicato que, há dez anos, não tem
eleições limpas, lisas, que está com dois Estatutos sub judice. Que a gente
possa monitorar isto: a reconstrução do Estatuto e a devolução, à categoria, do
seu Sindicato. Vai ajudar qualquer Governo de qualquer nuança. É uma grande
tarefa que nós podemos assumir coletivamente.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, falo em nome da liderança do PT, autorizado pelo Ver. Carlos
Comassetto, para tratar de um tema que acreditamos que não pode passar em
branco no dia de hoje: um rápido balanço, feito pelo jornal Zero Hora, dos
trezentos dias do Governo Municipal de Porto Alegre.
Nós
não temos nenhuma ilusão no sentido de que os problemas possam ser resolvidos
num curto espaço de tempo, porque governamos durante 16 anos a Cidade,
especialmente problemas complexos, até porque, quando se resolve uma parte, a
dinâmica social apresenta novas dificuldades. Na disputa política, nós devemos
avaliar aquilo que são idéias - uma construção política, ideológica da Cidade -
e aquilo que é a sua possibilidade de realização prática.
A
principal obra apresentada nesse balanço diz respeito a uma obra de ampliação,
de mudar o ponto de captação de água para aquela região do Extremo Sul da
Cidade. Essa obra do DMAE estava toda pronta no final do ano passado, na gestão
do Ver. Carlos Todeschini. Estava pronta, e está em execução. Portanto, essa é
uma herança, uma herança boa.
Eu
vi agora, recentemente, com boa repercussão, o Caminho dos Antiquários. Ele
estava totalmente pronto, e mais, já estava em operação o Projeto. Em nenhum
momento, houve qualquer registro de que aquele era um Projeto para o qual
estava sendo dada continuidade.
No
entanto, hoje mesmo nesta Sessão e em todas as Sessões, o que tem sido dito
quando o Ver. Carlos Todeschini fala em Segurança Pública? Que de fato é algo
que está numa situação de quase desgoverno. Por quê? Inclusive, quando oficiais
foram presos, sequer se sabia que eles estavam com celular, ou seja, há também
um favorecimento impressionante, há situações em que foram exorbitadas as suas
funções. O assassinato de um operário: não me lembro, no período democrático
brasileiro, de um assassinato de operário. As próprias autoridades de Segurança
Pública do Estado disseram - foi a única declaração que eu, Ver. Sebenelo, ouvi
e li, pode haver outras, foi uma declaração do Secretário - que era contrária a
posição do Ministério Público, fato que envolveu inclusive o oficial
responsável pela região, foi a única declaração. Portanto, parece que há uma
certa autorização para procedimentos além daqueles estritamente legais.
Mas
eu estava falando dos trezentos dias do Governo Fogaça. Vejam: a promessa de
fazer uma atenção especializada, com a presença rotativa de especialistas, para
atender às demandas médicas em regiões pobres foi uma promessa feita nos cem
dias, e ela não tem uma única iniciativa nesse sentido, uma única iniciativa
nesse sentido! A questão da Saúde foi ponto de discussão neste plenário durante
muito tempo, inclusive havia um pedido insistente de CPI, mas não há uma única
iniciativa! Agora, na questão da Saúde, os PSFs - o Ver. Comassetto tem tratado
isso - foram desmontados na região do Extremo Sul da Cidade, e a promessa foi
de colocar cem, mas não há PSF! Muito pouco se fez em relação a isso!
Eu
quero chamar a atenção para um outro ponto: a Assistência Social, que diz
respeito à Saúde, à Educação, a meninos e meninas de rua, enfim, a toda a
política pública. O Ver. Adeli Sell tem rebatido aqui que são 78 mil reais, no
Orçamento de 2006, para o Programa Fome Zero e mais de 300 mil reais para o
vale-refeição do Gabinete do Prefeito. Isso, evidentemente, é uma distorção e,
a meu juízo, é um erro que os Líderes da base do Governo com certeza vão
alterar; é um erro que, parece-me, veio no Orçamento, não pode ser uma política
correta, não pode ser algo que o Prefeito quer: 300 mil para vale-alimentação e
78 mil para o Programa Fome Zero!?
Outra
questão que eu abordei ontem na tribuna: o Orçamento de 2006 diminui as verbas
para a Assistência Social. Em 2005, a verba era de 1 milhão e 320 mil; para
2006, é de 670 mil apenas. Isso se nós somarmos, aqui no Governo do Estado
também houve uma diminuição radical dos recursos executados para a Assistência
Social. Olha, na verdade, o que nós estamos vendo é que há...
O
SR. GERSON ALMEIDA: Eu
concluo, obrigado, Presidente.
O
nível de prioridades que se está estabelecendo no atual Governo e que é
espelhado no Orçamento para 2006, que é o seu Orçamento, parece-me, não é um
nível de prioridade que, de fato, esteja voltado àqueles setores mais carentes,
como Segurança Pública, Saúde e Educação. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, eu e o Ver. Sebenelo hoje tivemos a mesma sorte da maioria
dos empresários aqui do Rio Grande do Sul e de algumas pessoas também cheias de
sorte: conseguimos convite para assistir à palestra que foi feita pelo
Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, futuro Presidente deste País.
Nós
vimos que ali estava um homem íntegro, honesto, falou durante uma hora, Ver.
João Dib, sem atacar ninguém desta República. Diferente daquilo que a gente
costuma assistir, ouvir, ver em alguns políticos tradicionais, principalmente
desses que estão hoje governando o nosso País, que não falam de suas
realizações, não falam de suas competências, de suas capacidades, de suas
experiências, mas resolvem, simplesmente, atacar e vilipendiar, pensando que
com isso vão conseguir captar a simpatia do povo. Isso já aconteceu uma vez e
fez com que ele chegasse à Presidente da República, infelizmente, para toda a
nossa Nação.
Mas
o Geraldo Alckmin, em São Paulo, conseguiu uma coisa que é de causar inveja em
todos nós: ele baixou os impostos, ele baixou o ICMS dos gêneros de primeira
necessidade e conseguiu aumentar a arrecadação de São Paulo. Ele conseguiu
fazer alguma coisa sobre a qual outros governantes apenas discursam, falam, são
teóricos que dizem da necessidade de baixar os impostos, porque, afinal de
contas, a nossa população já não agüenta mais essa carga de impostos que está
sobre ela. Em vez de ficar apenas no discurso, ele foi para a prática e
conseguiu provar, em São Paulo, que isso é possível e está disposto a fazer com
que todo o Brasil possa ser beneficiado por essa prática. Baixou o índice de
criminalidade em São Paulo, baixou o índice de mortalidade infantil, conseguiu
fazer com que o paulista pudesse ter uma melhor qualidade de vida.
Na
Federasul, ele falou hoje das suas experiências, convidado que foi para falar
daquilo que era possível se fazer em um novo Brasil, em uma nova etapa da vida
brasileira, para que todos possam ser mais felizes, para que todos possam
participar da economia. Ele foi tão bem aceito em suas teses, que todo aquele
mundo empresarial e todas aquelas pessoas do mundo político ali presentes,
todos eles aplaudiram o Governador de São Paulo com muito entusiasmo. Até
fizeram um gracejo, convidando o Geraldo Alckmin: “Venha para cá para ser o
nosso Governador, venha fazer aqui no Rio Grande do Sul aquilo que está sendo
feito hoje em São Paulo.” Essa recuperação que está sendo feita em São Paulo e
que é de causar inveja, realmente, para todos nós.
Eu
e o Ver. Sebenelo pudemos assistir à palestra de um homem que é realmente muito
competente, alguém que foi Vereador, foi Prefeito em Pindamonhangaba, foi
Governador, reeleito Governador e agora com planos para ser candidato à
Presidência da República. Eu acredito que nós, cidadãos brasileiros, teríamos
muita sorte se esse oposto ao Presidente atual, que é o Presidente Lula, um
homem que não tem a linha que está sendo demonstrada pelo Geraldo Alckmin,
viesse a ser o nosso Presidente da República, se ele pudesse também colocar
experiência, Ver. Elói Guimarães, no nosso País, aquilo que ele demonstrou que
pode fazer como Governador de São Paulo; aquilo que fez em São Paulo ele
pretende fazer para todo o Brasil. Olha, hoje, assistindo à palestra do Geraldo
Alckmin, eu fiquei com esperança de que um novo País, realmente, seja possível,
de que um novo Brasil seja possível, de que nós, realmente, possamos fazer um
País em que todos participem, em que não haja exclusão, em que esses princípios
de ditadura, que foram ensaiadas aqui em nosso País, possam ser banidos para
sempre.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria de
compartilhar com este Plenário uma experiência que tivemos, ontem à noite, na
região da Vila Bom Jesus, onde pudemos participar de uma reunião de instalação
do comitê da Governança Solidária Local. Eu quis trazer a esta tribuna esse
tema, porque alguns Vereadores se encontravam presentes - eu estava presente, o
Ver. Maurício, a Verª Sofia Cavedon -, e foi uma experiência importante para
constatarmos, na prática, algumas questões que temos afirmado desta tribuna.
A
primeira delas é exatamente sobre o compromisso assumido de preservação das
estruturas do Orçamento Participativo, mostrando que a Governança é uma
proposta diferenciada, mas não contraditória. No processo da Governança,
constroem-se muitas vezes soluções imediatas para os problemas apontados pela
própria comunidade. O diagnóstico e a procura do consenso entre os setores
governamentais - e, ontem, com a presença do Prefeito José Fogaça e de vários
Secretários - ao mesmo tempo em que a comunidade presente colocava as suas
problemáticas propiciavam uma solução. E muito relevantes nessa reunião foram já as respostas trazidas
pelo Diretor-Presidente do DMAE, o Dr. Presser, em que ele mostrava quais os
encaminhamentos que já estavam sendo dados para os problemas apresentados pela
comunidade. Diante dos novos problemas, procurava-se então, com as assessorias
técnicas, resolver as questões trazidas pela comunidade.
Ficou
também muito claro o tipo de procedimento. Nessas reuniões, uma comunidade não
disputa com a outra; nessas reuniões, não se votam problemas e se excluem
outros; listam-se os problemas, faz-se um diagnóstico dos problemas de quem
vive o dia-a-dia da comunidade, que são os moradores, e procura-se unir as
forças do Executivo ou também as forças dos empresários locais, das pessoas da
comunidade, na busca de uma solução.
Por
exemplo, cito o caso de uma creche que precisa ser construída, mas que ainda
não teve a liberação do terreno, e a comunidade está, por exemplo, procurando
arrecadar recursos para a sua construção. Os procuradores, os advogados tentam,
então, a solução jurídica, sugerindo, como alternativa, que a comunidade use os
seus recursos para a compra do terreno, que é uma coisa bem mais difícil, do
ponto de vista legal, de ser resolvida, e que o Governo, por intermédio das
suas parcerias, decida, por exemplo, sobre o material de construção, e assim se
acelera a solução do problema, constrói-se a creche, e as crianças daquela
comunidade podem, efetivamente, começar a ter acesso à educação infantil.
É
uma experiência que tem como base não gerar nenhum conflito, não gerar disputas
ou votações prioritárias; é a busca da identificação do problema por meio dos
atores que efetivamente vivenciam esses problemas; é a procura da soma de
forças de todos os órgãos públicos e das pessoas que podem desenvolver
atividades solidárias, juntando, então, esse enorme capital social da nossa
Cidade para assim resolver velhos problemas com soluções rápidas e imediatas.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. ALCEU BRASINHA (Requerimento): Solicito verificação de quórum, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Alceu Brasinha solicita
verificação de quórum. (Pausa.) Visivelmente não há quórum. Agradecemos aos
Srs. Vereadores, às Sras Vereadoras e as demais pessoas que
acompanharam a presente Sessão, cumprimentando mais uma vez os funcionários
públicos do Município e os funcionários públicos da Câmara. Hoje pela manhã
tivemos uma Sessão Solene em homenagem aos funcionários públicos.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h14min.)
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